quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A relação: Escola - Família



Palestrante: Prof. Dra. Manuela Machado

Texto redigido por: Dra. Margarida Del Barco

Em conseqüência das teorias que tentam explicar o insucesso escolar, surgem novas abordagens, que enfatizam a importância da relação Escola-Família e, após duas décadas de investigação, viu-se que o 'envolvimento parental' é um contributo muito significativo para melhorar o desempenho social/pessoal e acadêmico do aluno.     
O 'envolvimento familiar' implica que a família e os educadores trabalhem em parceria para criar uma atmosfera que fortaleça a aprendizagem feita na escola e em casa, partindo-se do princípio que há um trabalho de parceria, responsabilidade e participação, para um Sucesso Educativo Global.
Assim, a escola é uma comunidade educativa, em que o processo educativo deverá ser o resultado da interação entre os diferentes intervenientes no mundo da criança. Comunidade esta que é constituída por um grupo de pessoas que, por estarem ligadas a uma escola específica, partilharão ou deverão partilhar valores educacionais comuns.

Mas esta colaboração Escola-Família sempre existiu?

Não. Trata-se de algo recente e algumas das fronteiras que existiam no anterior sistema Centralizado, ainda não foram completamente 'destruídas', ainda que ultimamente se tenham verificado alterações em ambas as partes: na Família (em que a relação afetiva com a criança se tornou mais forte, mas que se viu obrigado a delegar na escola responsabilidades familiar, por condicionalismos da vida urbana); e na Escola (que deixou de fornecer apenas conhecimentos e, com a obrigatoriedade escolar e a democratização do ensino, teve que adquiri novas funções).

Por que a necessidade desta parceria?

Quando os valores da Escola coincidem com os da Família, quando não há rupturas culturais, a aprendizagem ocorre com mais facilidade, isto é, a continuidade entre o Mundo Escola e o Mundo FAMÍLIA é imprescindível para o sucesso escolar. Isto é bastante óbvio, pois o aluno constrói os seus conhecimentos assimilando informação adquirida da experiência direta que tem com pessoas e objetos e é a partir dessa mesma experiência que ele vai integrar e modificar essa informação na sua estrutura mental, tornando-as complexas. Ora, só conhecendo e respeitando as várias experiências a que a criança está nos sujeita vários contextos em que se move é que podemos contribuir para um ensino integrado, significativo e, e que promova um verdadeiro sucesso educativo.        
Como sabemos, a cultura familiar de alguns alunos é bastante diferente da cultura escolar, o que faz com que seja muito mais difícil a sua adaptação e que ele não tenha as mesmas possibilidades de obter um sucesso acadêmico. É precisamente para prevenir que esta discrepância impeça um bom desenvolvimento e uma igualdade de oportunidades educativas destas crianças, que é necessário o envolvimento parental.
Para além de ajudar os alunos, o envolvimento parental também tem efeitos positivos a nível:
. Dos encarregados de Educação: aumento da auto-estima e motivação, fazendo com que se envolvam em processos de formação permanente e haja uma melhoria qualitativa da sua participação em tarefas coletiva - eles sentem-se adequados e confiantes, tanto em relação à criança, como em relação à escola.
. Dos Educadores e Estabelecimento de Ensino: o trabalho do professor pode ser mais fácil e satisfatório se receber a ajuda e cooperação das famílias e os pais assumirão atitudes mais correta.
A chave do envolvimento dos pais reside numa boa comunicação, no entanto, esta comunicação não implica que se confundam os papéis dos pais e dos professores. Pelo contrário eles devem ser bem claros e específicos, pois uns e outros são imprescindíveis na construção de um programa educativo escolar de qualidade.   
Existem seis tipos de envolvimento familiar:
1. Ajuda da Escola à família nas suas obrigações básicas, como: saúde, alimentação, segurança e criação de condições positivas para a aprendizagem em casa;
2. Comunicação Escola - Família: forma e freqüência com que a Escola informa os pais acerca de atividades e progressos da criança, por carta, telefone, relatórios, etc.;
3. Ajudas da Família à escola: envolvimento da família em qualquer trabalho voluntário, como auxílio de professores e/ou administradores;
4. Envolvimento da família no processo Educativo em casa: os professores orientam as famílias no apoio que podem prestar em casa, em atividades escolares;
5. Participação na Tomada de Decisões: desempenho de tarefas e auxílio na tomada de decisões dos órgãos competentes;
6. Intercâmbio com a comunidade: conjunto de práticas comunitárias que promovam a integração na comunidade e o acesso a serviços de apoio a crianças e famílias.

Resta-nos falar dos atuais obstáculos:
1. Tradição de separação entre Escola/Família: tanto os pais como os professores habituam-se, ao longo dos tempos, a que os primeiros delegassem na Escola a Educação da criança, agindo ambos duma forma passiva perante esta situação;
2. Tradição de culpar os pais pelas dificuldades da criança: os professores têm tendência para atribuir à falta de contacto dos pais, um desinteresse pelo processo educativo dos seus educados. Esta atitude não leva a bons resultados, ou alterações;
3. Ajudas da Família à escola: envolvimento da família em qualquer trabalho voluntário, como auxílio de professores e/ou administradores;
4. Envolvimento da família no processo Educativo em casa: os professores orientam as famílias no apoio que podem prestar em casa, em atividades escolares;
5. Participação na Tomada de Decisões: desempenho de tarefas e auxílio na tomada de decisões dos órgãos competentes;
6. Intercâmbio com a comunidade: conjunto de práticas comunitárias que promovam a integração na comunidade e o acesso a serviços de apoio a crianças e famílias.        

Conclusão?

O diálogo entre a Escola e a Família é frágil, por um lado, porque os pais assumem uma posição de passividade e conformismo e, por outro lado, porque os professores apresentam desconfiança em relação aos Encarregados de Educação.
Assim sendo, cabe à Escola criar "Programas de Envolvimento" que procedam à diminuição destas 'diferenças', oferecendo responsabilidades a Pais e Professores com talento e vontade para fazer o possível pela Relação Escola-Família.
E é por estarmos desde há muito tempo conscientes desta necessidade da Escola de hoje (e que vem já de ontem), que o nosso colégio tem vindo desde o início a estar atento e a programar e agir de forma a trazer cada vez mais os pais à escola (por vezes, mesmo sem ter de sair de casa como é o caso do Sementinha).
Contudo, queremos sempre mais e melhor e são nesse intuito, que todos os anos surgem novas iniciativas e projetos, que não só permitem dar um pouco de escola aos pais, como um pouco de pais à escola.
Posto isto e uma vez que é o local e à hora certa para tal, gostaríamos de informá-lo e desde já convidar a participar num dos projetos anuais, que o Colégio programa para melhorar a qualidade desta RELAÇÃO, que se denominarão ENCONTROS DE REFLEXÃO, que envolverá toda a comunidade educativa.
Serão encontros, em que um, ou mais convidados, virão falar e esclarecer dúvidas que nós - ESCOLA - e os senhores - FAMÍLIA - possamos ter. Enfim, será uma ajuda, uma mais valia, no difícil caminho que percorremos todos os dias - aqui e em casa, no processo educativo das suas/nossas crianças.          

X-SM-RelaçãoEscFamília

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