sábado, 24 de setembro de 2011

PROFESSORES

PROFESSORES X ALUNOS

         A maioria dos alunos tem tendência inconsciente a imitar os seus educadores, sejam seus pais ou os seus professores. Só isto já justificaria   o cuidado   que se deveria tomar na escolha e na formação dos membros do corpo docente. Há porém, mais ainda: os alunos são extremamente sensíveis ao estado emocional do seu professor. Deste depende criar um ambiente de confiança, de cordialidade e de compreensão das dificuldades e aprendizagem de cada um, ambiente este que favorece o rendimento do ensino além de consolidar a personalidade dos próprios alunos.
      
QUALIDADES INDISPENSÁVEIS AO EXERCÍCIO DO MAGISTÉRIO E FAVORÁVEIS A BOAS RELAÇÕES ENTRE PROFESSOR E ALUNO.
1. Profundo interessepor pessoas, especialmente por crianças, adolescentes ou adultos ( conforme o tipo de educando )
2. Empatia ou capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, compreender e mesmo prever as suas reações em determinadas situações. O professor deve ser capaz, por exemplo ,de “ sentir” que determinada criança não consegue resolver o seu problema de matemática por estar preocupada por algum motivo de ordem pessoal ou familiar.
3. Inteligência suficiente para assimilar os conhecimentos da sua especialidade, seja da matéria, seja da pedagogia.
4. Bom conhecimento da matéria a ser ensinada. Se este conhecimento é necessário, é, no entanto, mais importante ainda o saber fazer assimilar pelos alunos este mesmo conhecimento. Nem sempre os melhores matemáticos, filólogos ou músicos são os melhores professores. Pode-se ser ótimo conhecedor de História e ter, no entanto, péssimas relações humanas com os seus alunos.
5. Equilíbrio emocional: esta qualidade é, provavelmente, uma das principais. Professor deve ser pessoa calma, sobretudo capaz de dominar suas reações emocionais. Quando um aluno não compreende algo ou tem atitudes de instabilidade ou indisciplina, é indispensável guardar o controle de si mesmo a fim de poder pensar sobre a melhor atitude a tomar. Em outras palavras é necessário ter paciência.
6. Imparcialidade e espírito de justiça: o professor tem de lutar contra uma série de impulsos que fazem preferir certos alunos a outros. É difícil não ter preferências. É indispensável não as demonstrar por atos de protecionismo, tais como dar as melhores aos alunos preferidos.

ATITUDES DE PROFESSORES E REAÇÕES DOS ALUNO
  
         As atitudes de professores, em geral, podem ser classificadas em três tipos principais:
1. Os professores sem atitudes, que os psicólogos sociais costumam chamar pela expressão francesa de laissez-faire, deixam os alunos fazer o que querem. Limitam-se tão somente a dar aula sem se preocupar com a participação dos alunos.
2. Os professores ditatoriais que obrigam os alunos a render o máximo por meio de castigos, críticas, repreensões e controle rigoroso.
3. Os professores líderes que procuram compreender cada aluno e conseguir a cooperação dos mesmos.

PROFESSOR “LAISSEZ FAIRE”:

Conduta do Professor                                                             
· Não toma atitudes. Sempre indeciso. 
· Não ajuda o aluno a resolver suas dificuldades. Dá a aula e sai sem saber do resultado.
· Não se pronuncia quanto ao desenvolvimento dos alunos.   
                                       
Reação dos alunos 
· Rendimento baixo. Desordem e indisciplina. Indecisão.
· Desprezo ao professor indiferente.             

PROFESSOR “DITADOR”

         Considera todos os alunos como autômatos, feitos para registrar sem erro tudo o que ele disser. Utiliza os castigos e repreensões em alta dose. Procura controlar todos os gestos dos alunos. Não tem confiança nos alunos e os considera incapazes de vontade própria. Às vezes a sua natureza ditatorial aparece de maneira mais sutil: o professor procura obter o que quer, cultivando uma dependência afetiva com os alunos: “é assim que gosto que vocês sejam.” “Sejam bonzinhos, assim gostarei de vocês” e” não façam isto comigo” – são as chantagens afetivas mais freqüentes neste caso.
                                
REAÇÃO DOS ALUNOS

         Criam sentimentos de revolta. Muitos ficam angustiados. Passividade e submissão. Os alunos passam a ser agressivos, sendo freqüentes os incidentes e brigas. Quando o professor deixa a sala, a turma toda deixa o estudo e fica de brincadeira

PROFESSOR LÍDER

         Deixa que os alunos encontrem as soluções por si mesmos. Orienta os trabalhos de classe, incentivando a criação de equipes. Encoraja os mínimos esforços de cada um. Utiliza mais os louvores e recompensas. E as críticas são perfeitamente aceitas.

REAÇÃO DOS ALUNOS

         Gostam de participar dos trabalhos de classe. Procuram estudar e chegar a conclusões por si mesmos. Rendimento máximo. O trabalho continua na ausência do professor. Desenvolvem o senso de responsabilidade e de controle de si mesmo.
       A atenção de quem ensina deve ser concentrada inteiramente nos alunos. Está comprovado, hoje, que o verdadeiro educador é o que sabe falar no momento oportuno, para orientar um trabalho em curso ou mesmo para dar uma aula, mas que sabe também calar-se para ouvir o aluno falar ou deixar os alunos debaterem um assunto coletivo. 
       Cultivar no educando o senso de responsabilidade, o hábito de trabalhar em grupo, o gosto pela pesquisa, assim como, o respeito pelo próximo não se faz através de aulas verbais nem de discursos, mas sim pelo exemplo pessoal dos educadores e pela participação ativa do aluno nos estudos.

O PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO
                                            
VOCAÇÃO DO PROFESSOR

         O professor é a figura principal de qualquer sistema educacional. Por isso, qualquer pessoa que queira ingressar no magistério deve procurar saber se realmente tem vocação para a profissão. A função essencial do professor é ajudar a criança a desenvolver os seus conhecimentos e a sua personalidade, a fim de integrá-la na sua comunidade da maneira mais completa possível.
         Como fazer ?
       Professor Tradicional: faz uso somente da palavra, limitando-se a falar e perguntar. Exige que os alunos fiquem quietos, respondendo quando solicitado.
       Professor Moderno: procura antes de tudo guiar, orientar, encorajar, estimular, descobrir e canalizar os interesses dos alunos. O professor moderno pode ser comparado a um jardineiro que está preocupado em fazer crescer as suas plantas, dando-lhes água e adubo necessários ao seu desenvolvimento. Ele sabe que durante uma explanação verbal, grande parte do que diz será rapidamente esquecido, e ainda em muitos casos, nem é ouvido, em virtude das flutuações dos alunos.
         Em casos de problemas de conduta, tais como instabilidade, rebeldia, excessivo retraimento, inatenção, o educador tem de empregar solução diferente para cada caso.
         A criança e o adolescente têm tendência inconsciente a imitar os adultos que admiram pela sua força, inteligência ou qualidade de personalidade. Muitos professores tornam-se, assim, heróis de seus alunos, e passam a ser imitados. Por isso é indispensável que o educador tenha uma personalidade equilibrada e saiba controlar suas reações.

CONTRA – INDICAÇÕES PARA O MAGISTÉRIO
          
          Existem certos traços característicos que contra-indicam o exercício do magistério:
       Impaciência: atitude tipicamente prejudicial à ação pedagógica. Existem professores irritáveis a tal ponto que não admitem qualquer erro do aluno; explodem logo provocando angústia em toda a turma, inibindo os alunos a responder.
       Egocentrismo: não confundir com egoísmo. É a incapacidade de colocar-se no lugar de outra pessoa, de compreender os seus sentimentos e suas reações. O egocêntrico empresta aos outros os seus próprios sentimentos e reações, isto é, projeta-os nas outras pessoas, ou então, atribui-lhes  intenções que nunca tiveram. Muito perigoso isso em educação. Uso excessivo da linguagem: o professor fala durante toda a aula, sem perceber que seus alunos estão cansados de ouvi-lo.
         A técnica moderna de ensino recomenda falar, no máximo, vinte minutos, deixando o aluno fazer perguntas e estabelecer debates em torno do assunto estudado.

ATRIBUTOS DO EDUCADOR

1º.VOCAÇÃO: temperamento, constituição psíquica . É preciso ter jeito. Cada profissão exige certas qualidades dos indivíduos que a exercem.

2º.AMOR AO PRÓXIMO: as condições prévias para que o indivíduo possa ser educador são a simpatia inclinação pelo homem, isto é, a capacidade de gostar da humanidade.

3º.TATO PEDAGÓGICO: essa capacidade de aproximar-se ou afastar-se do aluno, conforme a oportunidade, de passar por cima de determinadas falhas, de alternar os elogios e as repreensões.

4º.CAPACIDADE DE COMPREENDER: tratar igualmente a todos; cuidar de todos com igual desvelo; capacidade para o diagnóstico da personalidade.
5º.CAPACIDADE DE FORMAR O CARÁTER: influir decisivamente no desenvolvimento do educando. Possuir capacidade para formar o caráter dos seus alunos, mas para isso, é preciso que ele próprio possua um grande caráter. São traços fundamentais do caráter do educador: força de vontade, poder de bom senso, sensibilidade e entusiasmo.

6º.EDUCAR É AMAR:  o educador precisa ter autoridade sobre seus alunos. Mas essa autoridade não provém da força, da violência, da austeridade, da “cara fechada” e sim do seu alto valor intelectual e moral. Não ser “ autoritário “. deve dominar seus alunos pelo amor. Quando o amor que nutre pelos seus alunos vem acompanhado   por uma alta autoridade intelectual e moral, aquilo que o mestre obtém desses alunos, de volta, em compensação, não é apenas amor mas também veneração. E essa é a recompensa máxima que um educador pode aspirar em sua vida: ser amado e venerado pelos seus alunos. O amor do mestre provoca o amor do aluno.

PEDAGOGIA DO AMOR

       Essa capacidade de amar foi o fundamento de todo um sistema educativo: o de DOM BOSCO. Cultivar a alegria. A alegria de quem se sente em paz consigo mesmo e com os outros. Nada atrai mais do que um sorriso.
(Baseado no livro “A Criança, o Lar e a Escola” de Pierre Weil)


Escrito por Vilma Maia Portugal
OrientadorA Educacional 

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