domingo, 4 de setembro de 2011

Quanto custa criar um filho, do berço ao diploma?


Fernanda Colavitti e Carolina Botelho

         Vinte anos passam voando e muitos casais jovens já se planejam para custear as despesas futuras dos filhos.

             Criar um filho numa família brasileira de classe média, do berçário até o diploma de faculdade, custa alguma coisa em torno de 320 000 reais. Na classe média alta, o custo passa dos 600 000 reais. Beira o 1 milhão de reais, se o herdeiro for da classe alta. Esses são os números a que chegou o economista e consultor Mauro Halfeld, da Universidade Federal do Paraná, que fez o levantamento a pedido de VEJA Seu Investimento. Os resultados detalhados estão no quadro. Autor de Investimentos - Como Administrar Melhor Seu Dinheiro, Halfeld fez três simulações com um casal que cria e educa um filho, até a idade de 22 anos, quando obtém o diploma na faculdade. A cada item, como habitação, alimentação, transporte, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação, foi atribuído um peso diferente.
            Mais do que buscar a precisão absoluta do cálculo, o consultor paranaense procurou encontrar uma fórmula simples e objetiva para auxiliar os pais no planejamento do futuro de seus filhos. É o que muitos já estão fazendo, como o analista de sistemas Cláudio Hendo, 38 anos, e a agente de turismo Mari Yamaguchi, 28. Casados e residentes em São Paulo, eles separam 168 reais todo mês para uma conta especial em nome da filha, Larissa, de 1 ano e 2 meses. "Quando ela chegar aos 21 anos, terá dinheiro para pagar a faculdade e ajudar na pós-graduação no exterior", Mari calcula. Exagero de preocupação com o futuro? De maneira alguma. O casal Cláudio e Mari expressa bem a inclusão de um novo item no orçamento doméstico da família de classe média brasileira - a compra de um plano de previdência voltado para a educação dos filhos no futuro. Eles escolheram o Renda Total Júnior, lançado pela seguradora BrasilPrev, uma associação entre o Banco do Brasil e a empresa americana Principal Financial Group, um gigante internacional do setor. Em 2020, Larissa terá à disposição 100114 reais, pois o dinheiro vai sendo aplicado como um fundo de investimento.
            Mais precisamente, o Renda Total Júnior é um tipo de Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), hoje a modalidade mais aceita de previdência privada no Brasil. Inicialmente concebido para a aposentadoria, o PGBL passou a atender sob medida os futuros doutores e bacharéis. As principais instituições do ramo têm produtos concorrentes, como a Bradesco Previdência, que oferece o Prev Jovem. O Unibanco AIG comercializa o Prever Kids, destinado a todas as pessoas que desejam presentear um filho, sobrinho, neto ou afilhado. No momento da aquisição do plano, escolhe-se a idade em que o menor começará a usufruir o Prever Kids e o período de recebimento da renda temporária no futuro, de quatro a seis anos. A contribuição mínima mensal do Prever Kids é de 80 reais. Para quem faz para mais de um membro da família, esse valor cai para 40 reais. Quanto maior a contribuição mensal, obviamente maior será o retorno no futuro. Depois de uma carência de 180 dias, o dinheiro pode ser tirado para uma emergência. Outras vantagens são a possibilidade de abatimento no imposto de renda e uma valorização superior à da caderneta de poupança, ao longo dos anos.
            Esse é um bom caminho, particularmente para quem sonha alto com a educação dos pimpolhos, como a obtenção de um MBA (o diploma de Master in Business Administration, a pós-graduação que virou passaporte obrigatório para carreiras no mercado financeiro, marketing e em gestão empresarial). "Bancar o curso, a alimentação e a moradia é uma despesa alta e não sai por menos de 250 000 reais", afirma Ricardo Betti, consultor paulista que se especializou em assessorar candidatos que desejam obter um MBA.
            Como base para chegar ao resultado final do quadro acima, o economista Mauro Halfeld usou a Pesquisa de Orçamentos Familiares 1998/1999, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe), que contabiliza os gastos anuais básicos, com alimentação, saúde, moradia, transporte, vestuário, educação e despesas pessoais, de 2 350 domicílios no município de São Paulo. Para as famílias com renda acima de 20 salários mínimos (que é o caso de todas as classes analisadas), a distribuição é a seguinte: habitação (28%), alimentação (14%), transportes (18%), despesas pessoais (14%), saúde (9%), vestuário (6%) e educação (11%). Como ajuste adicional, ele atribuiu ao filho 80% dos gastos com educação. A diferença foi deduzida na mesma proporção dos gastos com habitação e transportes. Halfeld levou em conta que as despesas com educação dentro da família são maiores para os filhos. Para efeito de uniformizar o resultado, a renda familiar foi mantida constante na projeção dos 22 anos, e o resultado final foi distribuído de acordo com a divisão estabelecida pela Fipe.




Mari e a filha Larissa: poupança mensal para garantir a faculdade

Como base para chegar ao resultado final do quadro acima, o economista Mauro Halfeld usou a Pesquisa de Orçamentos Familiares 1998/1999, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe), que contabiliza os gastos anuais básicos, com alimentação, saúde, moradia, transporte, vestuário, educação e despesas pessoais, de 2 350 domicílios no município de São Paulo. Para as famílias com renda acima de 20 salários mínimos (que é o caso de todas as classes analisadas), a distribuição é a seguinte: habitação (28%), alimentação (14%), transportes (18%), despesas pessoais (14%), saúde (9%), vestuário (6%) e educação (11%). Como ajuste adicional, ele atribuiu ao filho 80% dos gastos com educação. A diferença foi deduzida na mesma proporção dos gastos com habitação e transportes. Halfeld levou em conta que as depesas com educação dentro da família são maiores para os filhos. Para efeito de uniformizar o resultado, a renda familiar foi mantida constante na projeção dos 22 anos, e o resultado final foi distribuído de acordo com a divisão estabelecida pela Fipe.


Fonte: Revista Veja

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