quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mal na Escola

O semestre não foi bom para seu filho?
É hora de agir, para ele não perder o ano nem a auto-estima.
Notas baixas podem ser sinônimo de problemas cognitivos, mas eles são minoria, correspondendo a, no máximo, 10% dos casos. “O que existe mais é preconceito em relação ao aluno que vai mal na escola. Antes mesmo de investigar a causa, a criança já é tida como burra”, explica a psicóloga Nívea Fabrício. Na história, existem muitos exemplos que provam o contrário. O cientista Albert Einstein, só para citar um, foi um péssimo aluno.

Como uma febre
O baixo desempenho escolar está com mais freqüência relacionado a outras causas. São questões emocionais, pedagógicas e até fisiológicas, como deficiências auditivas e de visão, segundo a psicopedagoga Nádia Bossa, autora de “Fracasso Escolar: Um Olhar Psicopedagógico” (Editora Artmed, 2002). “Ir mal na escola é como estar com febre. Trata-se de um sintoma que pode ter várias origens, indicando que algo não está bem”, resume a educadora. A culpa, ela ressalta, não deve ser depositada no aluno. “O fracasso não é da criança, mas da escola, que não alcançou seu objetivo, que é, ensinar”.
Por isso, assim como não se pune uma criança porque ela está com febre, aquela que tem dificuldade em aprender não pode ser castigada. Isso só aumentaria a insegurança da criança e, conseqüentemente, as chances de errar. “A competência do aluno é medida na escola. Quando não é satisfatória, provoca nele um sentimento de inferioridade e, sem um conceito positivo sobre si mesmo, será impossível, para ele, desenvolver seu potencial”, explica a psicopedagoga Maria Irene Maluf, vice-presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

O que fazer
Nem sempre estudar mais é garantia de que as notas vão melhorar. “Lacunas na aprendizagem exigem uma retomada do conteúdo, mas, quando a dificuldade é emocional, o reforço vai além das aulas particulares. A resposta talvez seja uma orientação psicológica à família”, diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf. “Às vezes, uma simples troca de lugar na classe já resolve. Em outras situações, a dificuldade pode ser uma forma de chamar a atenção dos pais. Em resumo, cada caso é único”, afirma.
A falta de limites, como sempre, atrapalha muito. O aprender exige disciplina, o que inclui seguir uma rotina. “Se a criança não teve parâmetros de organização em casa, isso faz falta na hora de estudar na escola”, acredita a psicóloga Nádia. É que uma criança indisciplinada só faz o que tem vontade. Se não quiser acompanhar o resto da turma, numa determinada atividade, acaba ficando para trás. Nesses casos, a interferência da escola torna-se limitada. “É difícil, para o professor, impor à criança um comportamento que não é reforçado em casa”, explica.
         Em outras palavras, a escolha de uma escola cuja linha educacional combine com a da família influencia o desempenho do aluno. “Quando a criança não se adapta ao sistema de ensino, mudar de escola pode ser a melhor saída. Isso porque a aprendizagem, especialmente na primeira infância, está relacionada ao vínculo com a escola, os professores e os colegas”, observa a psicopedagoga Maria Cristina Mantovanini, autora de “Professores e Alunos- problema: um Ciclo Vicioso” (Editora Casa do psicólogo,2001).

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