3ª Etapa – O que pode acontecer quando não se dá limites.
Distúrbios de conduta, desrespeito aos pais, colegas e autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas, excitabilidade, baixo rendimento.
A criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na percepção do outro. Só ela importa, o seu querer, o seu bem-estar, o seu prazer. O egocentrismo, natural nos primeiros anos, mas que deve diminuir, nesses casos, nessa etapa, está exacerbado, só cresce.
As conseqüências são muitas e freqüentemente bem graves:
1º. Desinteresse pelos estudos;
2º. Falta de concentração;
3º. Falta de capacidade de suportar quaisquer mínimas dificuldades;
4º. Falta de persistência;
5º. Desrespeito pelo outro - colegas, irmãos, familiares e pelas autoridades em geral.
Com freqüência essas crianças são confundidas com as que têm a síndrome da hiperatividade verdadeira, porque, de fato, iniciam um processo que pode assemelhar-se a esse distúrbio neurológico. Na verdade, tudo na atitude da criança pode levar a esse diagnóstico, porém, muitas vezes, seja muito mais provável tratar-se da hiperatividade situacional. Quer dizer, de tanto poder fazer tudo, de tanto ampliar seu espaço e sem aprender a reconhecer o outro como um ser humano com necessidades e direitos tal como ela, essa criança tende a desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional, redução da capacidade de concentração e atenção, derivadas da falta de limite, da incapacidade crescente de tolerar frustrações e contrariedades.
Em resumo, aquilo que, nos primeiros meses e anos da vida, pode parecer apenas engraçadinho, interessante e até afetivo, "sinal de amor" como pensam alguns (deixar sem orientação e sem limites), acaba levando a criança exatamente ao pólo oposto ao desejado: tentando evitar traumas psicológicos, os pais estarão, dessa forma, com muita probabilidade, propiciando sérios problemas num futuro nem tão distante.
Adriana Vaz de Lima
psicopedagoga
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