De repente, há um tempo atrás, ouvíamos falar sobre Bullying em todas as mídias. O tempo passou e a violência continua sendo assunto importante na pauta dos gestores educacionais. Portanto, voltar ao assunto é pertinente. Por isso, o escolhi como tema dessa semana.
Quando se fala em violência na escola logo nos ocorrem as brigas entre alunos e as últimas tragédias divulgadas nos noticiários da TV e dos jornais. No dia-a-dia temos a tendência de situar as "briguinhas" entre alunos como coisa que faz parte do cotidiano escolar, afinal são tantas as crianças, não é mesmo? Já as tragédias, pensamos, essas estão distantes da nossa comunidade educacional, dificilmente ocorrerão por aqui, certo? As coisas não são bem assim ...
Essa violência tem ficado mais evidente e a preocupação se intensificou, gerando pesquisas de profissionais especializados. Tudo para que possamos trabalhar o assunto sem reservas, identificando suas origens e, se possível, apresentar sugestões para saná-la ou promover um controle eficiente. Foi o que ocorreu com a ABRAPIA- Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência. Especialistas realizaram uma pesquisa cujos resultados ajudaram a colocar a palavra Bullying na mídia.
Quem não se lembra de uma situação vivida na escola como a de ser chamado por um apelido depreciativo ou ser alvo de gozações, intimidações, agressões físicas ou verbais, entre outras situações humilhantes cujos autores foram nossos colegas, alunos como nós?
Essa situação perdura nos dias de hoje, em alguns casos, até de forma mais forte. Vemos relações nas escolas, nas quais a demonstração de poder entre alunos gera medo entre as vítimas e os expectadores e, ainda, fortalece a idéia dos agressores de que tudo podem.
Pois é, estamos falando de Bullying... Uma palavra que entrou para o vocabulário dos profissionais de educação, embora a ação seja velha conhecida.
Numa situação de Bulying há diversos papéis vividos pelos envolvidos, são eles:
- alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING;
- alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING;
- autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING;
- testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.
Lembrando...
O que é?
"O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima."
Onde ocorre?
"O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo."
Que conseqüências podem trazer essa situação?
"Quando não há intervenções efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças, sem exceção, são afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situações de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo não traz nenhuma conseqüência a quem o pratica, poderão achar por bem adotá-lo."
Essas entre outras respostas são apresentadas pela pesquisa realizada pela ABRAPIA que procura explicar os atos de violência na escola, auxiliando no processo de busca da solução.
Gestores,
Sugerimos o acesso a essas informações que, certamente, poderão auxiliar no processo de discussão sobre o assunto entre a equipe pedagógica e seus professores e, assim, evitar que o Bullying encontre espaço em sua escola.
Solange Vicente
Consultora Pedagógica
Consultora Pedagógica
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