quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bauru: A cidade que foi excomungada pelo Bispo

   No final do século 19 é erguida na atual praça Rui Barbosa uma capela. A cidade foi crescendo ao redor da pequena igreja e a praça em frente a ela precisava ser urbanizada. Chamada de “areião” ou “Sahara”, requeria tratamento. A capela também ficara pequena para os fiéis e uma nova construção era pleiteada pelo poder público. Em julho de 1913, a Câmara Municipal declara de utilidade pública a área da capela e em 13 de agosto vai ao chão a igreja.

   O então bispo Dom Lúcio Antunes de Souza lança à cidade um interdicto: a ordem proibia que fossem celebrados quaisquer dos atos do Sagrado Ministério na cidade. “Aqui não se casa, batiza ou crisma, já que a população nada fez para impedir que a capela fosse demolida”. O interdicto funcionava como uma excomunhão.

   A igreja chegou mesmo a tentar embargar as obras de ajardinamento do “Sahara”. Em julho de 1914, a Prefeitura autoriza a Câmara a pagar indenização de 15 contos de réis à Paróquia como forma de indenização. Hoje, no lugar da capela está a Catedral do Divino Espírito Santo e o “Sahara” se tornou a praça Rui Barbosa.

   Apesar da “excomunhão” não ter “pego” e os atos sacramentais continuarem sendo realizados no decorrer dos anos, contam os historiadores que o interdicto só foi retirado em 1967, quando o Papa Paulo VI tomou conhecimento do ato.



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