domingo, 24 de julho de 2011

O que acontece quando não se dá limites...

A criança que não aprende a ter limites para o seu querer, para os seus desejos e vontades, que tudo quer e tudo pode, tende a desenvolver um quadro de dificuldades que se vai instalando passo a passo em três etapas. Aqui trataremos da primeira delas.

1ª Etapa - Descontrole Emocional, histeria, ataques de raiva.

   É normal na criança pequena (até uns cinco a seis anos, no máximo).
   Quando nasce, a criança é hedonista (vive em busca do prazer e da satisfação imediata de seus desejos e necessidades) e egocêntrica (o bebê e a criança pequena têm a idéia nítida de que o mundo gira em torno deles próprios, de que todas as pessoas e coisas existem apenas para a satisfação de seus desejos).
   Além dessas duas características - normais, é bom ressaltar, ela também não tem ainda nenhuma noção de valores. Não sabe - e nem pode saber - o que é certo ou errado. Espera-se que todos os papai e mamãe, ainda que intuitivamente, tenha consciência disso e, portanto, encarregue-se de, paulatinamente, ir mostrando aos filhos, em todas as ocasiões, mas especial/e pelo seu próprio modo de ser e viver, o que se pode e o que não se pode fazer numa sociedade. Afinal, vivemos num mundo regulamentado (felizmente, aliás...) e quem não segue as leis pode sofrer sanções. Quem não percebe essa realidade simples pode acabar muito mal na vida - emocional/e, profissionalmente - em tudo. Cabe aos pais ir, pouco a pouco, levando esses conhecimentos aos filhos. Aos pais em primeiríssimo lugar, porque é sua responsabilidade - e responsabilidade não se delega - alem do que acredito que nenhum pai queira incumbir a outros a formação ética dos filhos.
   É certo que a escola é uma instituição que muito irá colaborar com os pais nesse sentido, mas nunca os poderá substituir.
   Quando os pais trabalham adequadamente nesse sentido e, a cada oportunidade que surge, calmamente, estabelecem limites - isto é, concordando e incentivando as atitudes positivas e criticando as negativas, com o passar de alguns anos, a criança terá aprendido as regras básicas de convivência e iniciado de forma sólida o processo de socialização (prontidão para conviver).
   Quando, porém, por insegurança, culpa ou medo de serem antiquados ou autoritários, os pais deixam de exercer essa atividade importantíssima, o que ocorre? De uma maneira geral, a tendência é que a criança comece a apresentar dificuldades em aceitar qualquer tipo de limite a seus desejos.
   A criança que não é orientada pelos pais e é atendida em tudo sempre que chora e esperneia tende a perpetuar esse tipo de conduta. Ela já está aprendendo a alongar seus limites e iniciando o processo de controlar o mundo através, primeiro, do grito e, talvez depois, pela violência ou agressão. E, convenhamos, o que se pode compreender e aceitar com toda a tranqüilidade num bebê ou numa criança de até 3, 4 anos começa a ficar no mínimo incômodo aos seis e, aos sete anos.

Adriana Vaz de Lima
psicopedagoga

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