Como educadora, acredito em uma educação capaz de produzir frutos que ultrapassem um bom boletim escolar, e que, acima de tudo, forme um ser humano reflexivo capaz de respeitar a si e o outro. Consciente da necessidade de transformação social que eleva o homem, dentro dos princípios cristãos, e que entende a liberdade co-relacionada com a responsabilidade, acredito que todos os seres vivos nos ecossistemas lidam com limites impostos para a própria sobrevivência. Quem, em nome da liberdade, ousaria em desafiar a Lei da Gravidade?
A Educação, em especial pautada nos valores cristãos, precisa priorizar o desenvolvimento da religiosidade, gratidão, ética e cidadania. Um dos desfios é elaborar um currículo que prepare para o mercado e a prática da vida em sociedade. A evolução do homem diante da globalização da economia levou-o a desenvolver a cultura do individualismo, onde a figura central do sujeito passou a ser ele mesmo. A competição é muito grande e todos acabam por se tornar um concorrente em potencial. Parece que o Narcisismo foi capaz de contaminar a sociedade pós-moderna e a "Lei de Gerson" é a ordem do dia. O que a escola poderia estar provocando na cabeça das pessoas para que o olhar sobre o coletivo fosse prevalecente? Ficamos em nossas mãos com seres humanos em formação durante um longo período e, por incrível que pareça, pouco conseguimos atingi-los para a construção de um cidadão pleno. Nossos jovens têm conseguido sair do período de escolarização com a cabeça mais cheia de informações do que com o coração cheio de motivações para a transformação da sociedade da qual fazem parte.
As escolas católicas têm o desafio de educar sobre os princípios cristãos estabelecidos há mais de 2000 anos, princípios estes que levam o ser humano ao equilíbrio emocional e espiritual. Portanto, são escolas que precisam encantar seus alunos e envolver/desenvolver seu pessoal (RH) para que estes possam compreender que o momento histórico é outro e, conseqüentemente exige uma nova postura, Entretanto, os princípios de Deus continuam iguais. Os planos de trabalho dos professores, geralmente, contam com o objetivo de formar um cidadão crítico e atuante. Esta proposta nos coloca sobre a necessidade de nos abrirmos para o diálogo, para o debate. Nossos jovens a cada instante nos desafiam com atitudes que parecem querer nos provocar. Mas, no fundo, clamam que lhes demos limites e regras. Sentem falta de um olhar de direcionamento.
Precisamos nos fortalecer emocionalmente para sermos questionados, negociarmos algumas propostas, desde que estas não firam os princípios defendidos pelas escolas católicas. Na verdade, é conquistar os jovens, estabelecendo uma parceria em que entendam que há sobre eles uma hierarquia que deve ser considerada e respeitada. E, ao serem colocadas as regras, que eles as entendam; é impossível conseguir atingir a todos no mesmo grau de entendimento e satisfação sobre as mesmas. E, enquanto humanos, a cada dia aprendemos a conviver com as divergências e as diferenças, pois assim, são constituídas todas as instâncias da vida em sociedade. A educação pelo diálogo deveria prevalecer a todo instante. O sim, o não, o como e o porquê têm de ser bem explicitados na dinâmica escolar. Portanto, não percamos de vista que o aluno da sociedade pós-moderna é outro, e nosso desafio é educá-lo para a grande aldeia global que precisa ser transformada.
Marilene Almeida
Pedagoga – Orientadora Educacional.
Profª das Disciplinas Pedagógicas do Curso de Formação de Professores.
Coordenadora Pedagógica Geral do Colégio Santa Maria e Coordenadora do Ensino Médio.
Pedagoga – Orientadora Educacional.
Profª das Disciplinas Pedagógicas do Curso de Formação de Professores.
Coordenadora Pedagógica Geral do Colégio Santa Maria e Coordenadora do Ensino Médio.
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