4ª Etapa – As conseqüências da falta de limites.
"Agressões físicas se contrariado, descontrole, problemas de conduta, problemas psiquiátricos nos casos em que há predisposição".
Com o tempo e a ação segura, porém afetiva dos pais, a criança vai aprendendo a se conduzir na sociedade, vai internalizando valores, vai adquirindo respeito por si e pelos outros, vai treinando a difícil arte do diálogo, vai experimentando lutar pelos seus direitos, sem necessidade de agredir, nem chegar berrando, desrespeitando ou ofendendo os outros, enfim... Vai vivenciando o que é a arte de conviver harmônica e civilizadamente numa sociedade.
Se os pais não agirem na fase em que a criança ainda tem dificuldade de aceitar limites, a tendência é que esta criança comece a ter problemas de comportamento e de ajuste social, o que já é um problema bem mais complexo, e nem tão fácil de resolver.
Fazendo uma reflexão sobre as quatro etapas descritas, entenderemos que há uma relação direta entre falta de limites e a forma distorcida de ver o mundo, que pode levar à marginalização, ao álcool, e às drogas. Seria mais ou menos como se jovens criados dessa forma pensassem: "O mundo existe para o meu prazer, para o meu deleite" - aprenderam isso por terem pais que dizem sim a tudo, superprotegem e não desenvolvem responsabilidade.
O que é importante é equiparmos nossos filhos com um instrumental de relacionamento social que lhes permita interagir positivamente com o mundo, que eles compreendam que, se trabalharem e produzirem, poderão usufruir suas benesses; que por outro lado, se somente esperarem que tudo lhes chegue pronto às mãos, provavelmente terão poucas chances de conseguir o que almejam; se forem amáveis respeitosos, terão esse mesmo tratamento em troca (nem sempre, é verdade, mas a maioria das vezes); que saibam "lutar" pelo que desejam, sem que isso signifique pegar uma arma e arrancar o que se quer das mãos dos outros, que lutaram honestamente para consegui-lo.
São essas lutas que temos de travar com nossos filhos, dia após dia, hora após hora, minuto após minuto. É uma tarefa árdua, longa e cansativa, porém é a melhor forma para nos levar a ter filhos cidadãos, responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres, em vez de criaturas egocêntricas, anti-sociais, hedonistas ao extremo sem capacidade de luta, sem tolerância a frustração, e em conseqüência, sem capacidade de adiar satisfação.
Adriana Vaz de Lima
psicopedagoga
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