domingo, 3 de julho de 2011

Projeto de Orientação de Estudos - Ensino Fundamental e Ensino Médio

Histórico

Sabemos que os alunos reconhecem, no grupo, diferenças na forma e no ritmo de aprendizado, mas precisam de nossa intervenção constante para verificar que cada um tem sempre o que ensinar aos demais, bem como para se assegurar de que todos merecem respeito à sua forma particular de aprender.
De acordo com esta perspectiva, ao longo do 2º. Semestre de 2008 socializaremos e sistematizaremos as estratégias que considerávamos bem sucedidas com relação a dois objetivos básicos:
· Considerar a heterogeneidade do grupo no planejamento das atividades e intervenções, de modo a garantir desafios de aprendizagem a todos os alunos;
· Intervir na dinâmica do grupo-classe de forma que todos os alunos encontrem nele um lugar para expressar seus conhecimentos e dúvidas e para ensinar e aprender, colaborando com as construções parciais e sínteses coletivas.
Redigimos então os princípios e objetivos para um projeto de orientação e reforço de estudos coerente com a proposta educacional do CEI COC, que articula a teoria histórico-crítica da educação e os pressupostos sócio-construtivistas de aprendizagem.

Princípios

O projeto de orientação de estudos considera os objetivos da avaliação na escola, que são:
· Diagnosticar e qualificar o que os alunos aprenderam;
· Compreender as formas particulares dos alunos aprenderem, a partir da observação dos avanços desencadeados pelas ações tanto do professor como dos alunos;
· Ter a aprendizagem como objeto de avaliação para buscar elementos para reavaliar as estratégias de ensino e planejar intervenções que, a partir de novas propostas, possam mobilizar a apropriação dos conteúdos almejados;
· Possibilitar a análise e a tomada de decisões quanto à necessidade de retomar, replanejar ou avançar nas propostas de ensino, respeitando a heterogeneidade dos grupos;
· Dar subsídios para que os alunos se conscientizem de seu processo de aprendizagem, convidando-os a participar de situações constantes de:
- contrato: o que devem aprender, como e em quais etapas; como e a partir de que critérios serão avaliados; que produtos são esperados, tanto do ponto de vista individual como coletivo;
- e retorno: reflexão com os professores, e depois com os pais, a respeito dos resultados obtidos e das necessidades que eles apontam, para que se possam explicitar novos objetivos e metas comuns;
- dar subsídios ao planejamento de intervenções que buscam garantir, para o aluno, a confiança na sua possibilidade de construir conhecimentos e adquirir autonomia como estudante.

Objetivos gerais

Disponibilizar aos educadores a experiência acumulada pela Escola no sentido de procurar garantir que todos os alunos avancem em sua aprendizagem, respeitando-se a heterogeneidade dos grupos, ou seja, os diferentes ritmos e formas de aprendizado dos alunos.
Estabelecer as estratégias bem sucedidas até o momento, ou seja, as que conseguiram:
· Desafiar os alunos com dificuldade e também aqueles com facilidade (garantir que todos os alunos participem da aprendizagem dos conteúdos básicos da série e planejar desafios para que possam rever conteúdos anteriores ou avançar para além dos básicos, conforme sua necessidade);
· Ensinar os alunos com dificuldade explicitando no grupo às diferenças e necessidades de cada um sem fixar posições, já que todos têm o que ensinar aos demais e merecem respeito à sua forma particular de aprender;
· Envolver os alunos com a aprendizagem dos conteúdos, mas também com o projeto de orientação de estudos de forma que, a partir da avaliação (contrato, auto-avaliação e retorno) e da consciência de suas facilidades e dificuldades, possam dispor-se a contribuir e aceitar a colaboração do professor e dos colegas para que cada um e o grupo sigam avançando em sua aprendizagem.
Fornecer subsídios para o acompanhamento do processo de aprendizagem pelos próprios alunos, pelos demais educadores e pelas famílias.

Objetivos específicos

Considerar a heterogeneidade do grupo no planejamento de estratégias de trabalho com o objetivo de intervir na dinâmica do grupo-classe, de forma que todos os alunos encontrem nele um lugar:
· Para expressar seus conhecimentos e dúvidas;
· Para ensinar e aprender;
· Para colaborar com as construções parciais e sínteses coletivas.
Considerar a heterogeneidade do grupo no planejamento das atividades e intervenções, de modo a garantir desafios de aprendizagem a todos os alunos com foco em português – leitura, escrita e interpretação, e, - matemática – interpretação do problema, raciocínio para sua resolução e aplicação de fórmulas.
Possibilitar que os alunos construam recursos para a realização autônoma das tarefas, a partir de situações em que possam contar com a colaboração do professor ou de colegas.
Estabelecer contratos individuais com os alunos, que incluem tarefas e avaliação diferenciadas, visando a aproximar cada vez mais os alunos da possibilidade de aprender os conteúdos que integram o contrato coletivo de aprendizagem da série, como também propiciar novos desafios aos alunos que precisam.
Intervir de forma constante e intencional para que os alunos, a partir de seu conhecimento das diferenças na forma e no ritmo de aprendizado de cada um no grupo, constatem uns têm sempre o que ensinar aos demais, bem como para assegurar de que todos merecem respeito à sua forma particular de aprender.


Estratégias

1. Atividades Diversificadas em Matemática
Para propiciar que todos os alunos sejam desafiados em suas necessidades de aprendizado, é necessário planejar momentos em que subgrupos de trabalho estejam envolvidos em propostas diferentes, de forma que alguns estejam trabalhando de forma autônoma e outros possam contar com a ajuda de colegas ou da professora para enfrentar desafios que permitam que avance em suas hipóteses e conhecimentos.

1.1. Justificativa
Permitir atender a diferentes necessidades e ritmos de aprendizado dos alunos simultaneamente, propiciando tanto a retomada de conteúdos como novos desafios de aprendizagem, sem destacar os alunos com dificuldade, mas incluindo todos em propostas diferentes, evidenciando de forma positiva a heterogeneidade dos grupos.
Reunir alunos com necessidades semelhantes de aprendizado, independentemente da série, para garantir maior atenção dos professores às necessidades de todos os alunos.
Trabalhar de forma mais coletiva entre os professores para garantir uma melhor continuidade das intervenções com os alunos de um ano para o outro.

1.2. Metodologia
· Trabalho do grupo de professores para a implementação do projeto.
·  Sistematização dos conhecimentos dos professores sobre os alunos.
· Buscam de terminologia comum para definição de propostas de atividade, critérios de avaliação e intervenções.
· Elaboração de quadros para observação sistemática da produção e do processo de aprendizado dos alunos; análise da compilação dos dados obtidos em todas as séries (mapeamento da totalidade dos alunos).
· Sistematização dos conhecimentos obtidos e sua discussão, pautada nas concepções de desenvolvimento e aprendizagem de referência e nas questões suscitadas pela prática.
· Levantamento de novas hipóteses, que norteiam novas propostas de atividade, critérios de avaliação e intervenções, bem como a adequação dos quadros para registro da produção dos alunos.
· As etapas de observação, registro e análise se sucedem num contínuo.

Rotina de trabalho com os alunos
Os encontros ocorrem quinzenalmente, em duas horas-aula seguidas, momento em que muitos alunos mudam de sala conforme a configuração dos subgrupos.
O subgrupos de trabalho são organizados em função dos desafios de aprendizado específicos necessários aos diferentes alunos e considerando parcerias produtivas de trabalho.

1.3. Resultados e conclusões parciais

Propondo atividades para grupos heterogêneos e considerando tanto a necessidade de ciclos mais longos como de avanços mais rápidos no aprendizado dos conteúdos curriculares, o trabalho começa a romper com a organização escolar do tempo e do espaço, compreendida em sua dimensão histórica, para reunir alunos de diferentes séries em grupos de trabalho comuns.
Estamos começando a encontrar, assim, a almejada possibilidade de romper, também em áreas estruturantes como Matemática, Português bem como as demais estudadas com a progressão seriada dos conteúdos, para reorganizar o currículo a partir do processo de aprendizagem dos alunos, para o qual consideramos de fundamental importância o contato com a heterogeneidade de competências e saberes.

Avaliação
      
O reforço escolar será avaliado pelas notas de participação e a nota de produtividade, ficando assim distribuído:
1º.) Participação:
- Presenças aos reforços;
- Exercícios de aula.
2º.) Produtividade:
- Teste final dos reforços.

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