segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tiques na Infância


O cérebro humano é um complexo sistema, composto de vários outros sub-sistemas e circuitos que regulam a vida humana desde simples reflexos até elaboradas regulações hormonais, sendo que, como somos seres plenos, tudo está inter-relacionado.
Para entendermos nossas reações, fatos que acontecem no humano, muitas vezes temos que recorrer a esse emaranhado de mais de 100 bilhões de neurônios para termos uma compreensão do fato. É claro que não podemos nem devemos resumir tudo à manifestação cerebral. O psiquismo, o afetivo, o espiritual... todas essas outras e tão complexas dimensões do humano também devem ser consideradas, pois, lembrando, somos pessoas inteiras, totais, plenas e não podemos ser reduzidos à tal ou qual parte! Porém, aqui cabe uma compreensão mais detalhada a nível cerebral de um evento: os tiques nervosos.

O QUE É?

Os tiques podem ser descritos como emissão de sons e/ou movimentos bruscos e repetidos, sem uma função ou objetivos quaisquer, caracterizando comportamentos involuntários e estereotipados. As pessoas que têm tiques sentem uma necessidade quase incontrolável em executá-los e se são impedidas de fazê-lo, ficam irritadas sendo que, depois de algum tempo, apresentam os tiques de maneira mais intensa (como se eles tivessem sido represados e, depois que o estímulo repressor cessa, vêm como uma enchente, como uma represa que arrebenta!).
Os tiques também podem apresentar-se mais intensamente em determinadas situações estressantes. Podem ainda mudar de forma com o passar do tempo: o piscar do olho transforma-se em sacolejo de ombros que muda para um som nasal ou vocal...
Muitas vezes os tiques cessam completamente por algum tempo ou mesmo para sempre. Na maior parte das crianças é isso que acontece: elas apresentam os tiques de maneira passageira e depois de alguns meses não têm mais nenhum sintoma.
Devemos, porém, distinguir o tique do hábito, que é um movimento incorporado. Por exemplo: quem ajeita os óculos sobre o nariz para que não caiam desenvolveu um hábito e não um tique.
Voltando aos tiques, se estes permanecem por mais de um ano temos que apurar um pouco nossa atenção e cuidado, pois, aqui temos tiques crônicos. Se por mais de um ano a criança apresenta tiques e durante um  período estiveram presentes concomitantemente tiques motores e vocais, fala-se então em Síndrome de Gilles de la Tourette ou simplesmente Síndrome de Tourette (nome do médico que a descreveu, em 1885).

PADRÃO DE INCIDÊNCIA

O tique é muito freqüente na infância. Cerca de 20% da população infantil apresenta tiques na fase de 7 à 9 anos. É uma manifestação transitória que tende a desaparecer naturalmente. Portanto, os pais não devem preocupar-se além da conta se virem suas crianças piscando os olhos, botando a língua para fora ou repetindo algum movimento ou som estranhos.
Entretanto, se o problema persistir por mais de um ano, começando de fato a incomodar e causar transtorno (tanto físico, como dor muscular pela repetição de um movimento; psicológico, pela vergonha ao realizar o tique diante de outras pessoas; social, pela rejeição que muitas pessoas têm causada pelo estranhamento diante do tique), podemos pensar na possibilidade da Síndrome de Tourette ter-se instalado. Teremos então tiques motores e vocálicos associados. Essa Síndrome, muito provavelmente por fatores hormonais, ocorre 4 vezes mais nos meninos do que nas meninas.
Na Síndrome de Tourette, só 1/3 dos casos permanece em idade adulta. Nos outros 2/3, a Síndrome costuma melhorar bastante ou desaparecer; mas seu curso é flutuante, podendo retornar.

ORIGEM

Estudos mostram que fatores psicológicos são agravantes ou desencadeantes, mas não são a causa do tique. A origem dos tiques é neurológica e em sua base existem disfunções funcionais que envolvem neurotransmissores cerebrais e a genética, existindo um padrão familiar de transmissão.
Tem-se evidências de que ocorre um distúrbio na transmissão de impulsos nervosos no chamado sistema dopaminérgico: células nervosas que passam os sinais nervosos de uma para a outra célula, secretando uma substância chamada dopamina.O cérebro humano é um complexo sistema, composto de vários outros sub-sistemas e circuitos que regulam a vida humana desde simples reflexos até elaboradas regulações hormonais, sendo que, como somos seres plenos, tudo está inter-relacionado.
Para entendermos nossas reações, fatos que acontecem no humano, muitas vezes temos que recorrer a esse emaranhado de mais de 100 bilhões de neurônios para termos uma compreensão do fato. É claro que não podemos nem devemos resumir tudo à manifestação cerebral. O psiquismo, o afetivo, o espiritual... todas essas outras e tão complexas dimensões do humano também devem ser consideradas, pois, lembrando, somos pessoas inteiras, totais, plenas e não podemos ser reduzidos à tal ou qual parte! Porém, aqui cabe uma compreensão mais detalhada a nível cerebral de um evento: os tiques nervosos.

O QUE É?

Os tiques podem ser descritos como emissão de sons e/ou movimentos bruscos e repetidos, sem uma função ou objetivos quaisquer, caracterizando comportamentos involuntários e estereotipados. As pessoas que têm tiques sentem uma necessidade quase incontrolável em executá-los e se são impedidas de fazê-lo, ficam irritadas sendo que, depois de algum tempo, apresentam os tiques de maneira mais intensa (como se eles tivessem sido represados e, depois que o estímulo repressor cessa, vêm como uma enchente, como uma represa que arrebenta!).
Os tiques também podem apresentar-se mais intensamente em determinadas situações estressantes. Podem ainda mudar de forma com o passar do tempo: o piscar do olho transforma-se em sacolejo de ombros que muda para um som nasal ou vocal...
Muitas vezes os tiques cessam completamente por algum tempo ou mesmo para sempre. Na maior parte das crianças é isso que acontece: elas apresentam os tiques de maneira passageira e depois de alguns meses não têm mais nenhum sintoma.
Devemos, porém, distinguir o tique do hábito, que é um movimento incorporado. Por exemplo: quem ajeita os óculos sobre o nariz para que não caiam desenvolveu um hábito e não um tique.
Voltando aos tiques, se estes permanecem por mais de um ano temos que apurar um pouco nossa atenção e cuidado, pois, aqui temos tiques crônicos. Se por mais de um ano a criança apresenta tiques e durante um  período estiveram presentes concomitantemente tiques motores e vocais, fala-se então em Síndrome de Gilles de la Tourette ou simplesmente Síndrome de Tourette (nome do médico que a descreveu, em 1885).

PADRÃO DE INCIDÊNCIA

O tique é muito freqüente na infância. Cerca de 20% da população infantil apresenta tiques na fase de 7 à 9 anos. É uma manifestação transitória que tende a desaparecer naturalmente. Portanto, os pais não devem preocupar-se além da conta se virem suas crianças piscando os olhos, botando a língua para fora ou repetindo algum movimento ou som estranhos.
Entretanto, se o problema persistir por mais de um ano, começando de fato a incomodar e causar transtorno (tanto físico, como dor muscular pela repetição de um movimento; psicológico, pela vergonha ao realizar o tique diante de outras pessoas; social, pela rejeição que muitas pessoas têm causada pelo estranhamento diante do tique), podemos pensar na possibilidade da Síndrome de Tourette ter-se instalado. Teremos então tiques motores e vocálicos associados. Essa Síndrome, muito provavelmente por fatores hormonais, ocorre 4 vezes mais nos meninos do que nas meninas.
Na Síndrome de Tourette, só 1/3 dos casos permanece em idade adulta. Nos outros 2/3, a Síndrome costuma melhorar bastante ou desaparecer; mas seu curso é flutuante, podendo retornar.

ORIGEM

Estudos mostram que fatores psicológicos são agravantes ou desencadeantes, mas não são a causa do tique. A origem dos tiques é neurológica e em sua base existem disfunções funcionais que envolvem neurotransmissores cerebrais e a genética, existindo um padrão familiar de transmissão.
Tem-se evidências de que ocorre um distúrbio na transmissão de impulsos nervosos no chamado sistema dopaminérgico: células nervosas que passam os sinais nervosos de uma para a outra célula, secretando uma substância chamada dopamina.


Grupos neurais como a substância negra, a área tegmentar ventral, o hipotálamo, o bulbo olfatório e a retina utilizam a dopamina como neurotransmissor e as funções variam, mas o que nos interessa no caso dos tiques é saber que a dopamina atua na coordenação motora, na modulação emocional e nos comportamentos motivados. É por isso que medicações que bloqueiam a liberação de dopamina conseguem diminuir consideravelmente os sintomas dos pacientes. Mas a prescrição de medicação só deve ocorrer quando o caso for realmente grave, trazendo sofrimento físico/psicológico, estritamente sob orientação médica. Psicoterapia cognitivo-comportamental e técnicas de reversão de hábitos também são auxiliares na modificação de sintomas que podem não ser socialmente aceitos.

O QUE FAZER?

1.     Converse com sua criança sobre os tiques;
2.    Tranqüilize-a, dizendo que provavelmente após alguns meses vão cessar;
3.    Peça a colaboração dela, motivando-a, no controle/modificação do tique;
4.    Se os tiques já forem crônicos ou se a Síndrome de Tourette já se instalou, explique os sintomas para quem convive com a criança (familiares, colegas, professores...) e esclareça dizendo que ao realizar o tique a criança não está querendo provocar ninguém;
5.    Se os tiques são intensos, incomodam a criança e/ou comprometem seus contatos sociais e o desempenho na escola, procure ajuda médica.

O QUE NÃO FAZER?

1.     Não recrimine a criança! Não a castigue por esse tipo de comportamento – os tiques – elas não fazem isso porque querem. Devemos auxiliá-las a compreender e enfrentar estas ou outras dificuldades decorrentes se não elas não confiarão em nós e sofrerão em segredo. Logo, um diagnóstico preciso não poderá ser feito, nem conseqüentemente, o tratamento, se for o caso. Lembrando que quanto mais se demora em fazer um diagnóstico, piores são os resultados, porque o distúrbio fica enraizado na personalidade. A informação é sempre fundamental. Quando mais informação a família recebe, mais capaz fica de entender o problema e de agir de maneira adequada, seguindo orientação profissional;
2.    Tratamento com anfetaminas deve ser evitado, pois tendem a piorar os sintomas;
3.    Não procure tratamento só porque você acha feio o que a criança faz. Primeiro procure entender, se informar. Converse com a criança e, se for o caso, procure ajuda profissional. Para a criança é muito importante sentir-se aceita tanto pela família como pelo meio que vive. Por isso a informação é fundamental para que não seja necessário medicar essas pessoas que estão sendo socialmente reprimidas. Crianças podem viver felizes apesar dos tiques, a não ser que sejam dolorosos e provoquem algum transtorno.
 
OUTROS TRANSTORNOS ASSOCIADOS

Muitas vezes crianças que sofrem de tiques crônicos também apresentam déficit de atenção e/ou hiperatividade.
Tiques também podem estar ligados a um tipo de distúrbio conhecido por Transtorno Obsessivo-Compulsivo (não entraremos em detalhes aqui, por fugir do objetivo desse texto).
 e, além dos tiques, algum outro comportamento da criança chama sua atenção, é importante relatar a um profissional médico ou psicólogo para uma precisa avaliação.

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