terça-feira, 23 de agosto de 2011

AVALIAÇÃO


 Considerando que ...
A avaliação escolar serve como instrumento de controle social. A avaliação proporciona a reprodução dos valores da sociedade dominante. A avaliação seleciona o bom aluno do mau aluno.

Avaliamos para quê?
– Hierarquizar?
– Excluir?
– Selecionar?
– Classificar?
– Verificar?
– Rotular?
– Alienar?

Como considerar o processo de avaliação considerando um paradigma educacional construtivista e interacionista? Como se processa a avaliação hoje?
Atualmente, a avaliação busca "quantificar o que o aluno aprendeu", tendo como base objetivos de ensino centrados em "conteúdos" programáticos. A partir dessa quantificação o aluno é classificado e dependendo dessa classificação é aprovado ou reprovado, não é mesmo?
Está comprovado que essa maneira de avaliar serve apenas para cumprir as funções acadêmicas e puramente administrativas, não contribuindo em nada para a aprendizagem relacionada ao desenvolvimento e à construção de competências cognitivas.

Como vemos isso claramente refletido?
Podemos perceber na conduta dos alunos que procuram "responder aquilo que é preciso" para ser classificado como aprovado. Logo, estamos ensinando para "ser aprovado" ou "ter um diploma".

Vamos refletir um pouco:
Estamos dessa forma desenvolvendo habilidades e competências? Estamos dando o real valor para lidar com a realidade e situações cotidianas?
      Estamos ensinando a "passar em disciplinas" mesmo que não haja aprendizagem significativa?

Baseados nisso como conceber avaliar?
Se avaliar for entendido como processo, precisa ser analisado sob diferentes dimensões. Avaliar é um processo relacionado a "mapear" e a diagnosticar como está acontecendo a aprendizagem:
  • quais as dificuldades;
  • quais os avanços;
  • que aspectos precisam ser aperfeiçoados.
Devemos ter claro que aprendizagem é um entendimento de desenvolvimento e construção de competências cognitivas.
Assim a avaliação fornece dados e informações sobre o que é preciso ser feito para aperfeiçoar o ambiente de aprendizagem. Sendo assim as informações obtidas no processo de aprendizagem são úteis para programar novas dicas e orientações, problemas e desafios para que os alunos estabeleçam relações e desenvolvam habilidades e condutas de valor. Vemos que confunde-se a avaliação com os procedimentos ou instrumentos utilizados para "medir" o desempenho dos alunos.

O que são esses instrumentos ou procedimentos?
São meios para obter informações (resultados de provas, por por exemplo) sobre o andamento do processo de aprendizagem e sobre a eficiência do ambiente de aprendizagem.

Sobre esse aspecto qual a função primordial da avaliação?
É indicar ao aprendiz (localizar, explicitar) o que precisa ser feito, revisto, estudado, reelaborado, para superar dificuldades e estabelecer relações para o desenvolvimento das competências cognitivas vinculadas aos objetivos de ensino.
Para o professor essa função serve como feedback?

Como se processa esse feedback voltado à uma avaliação educativa?
Para ser compatível com uma avaliação educativa, as orientações realizadas pelo professor precisam ser informativas, precisas e bem elaboradas para auxiliar o aluno a identificar o que precisa alterar, aperfeiçoar, ampliar, enfim, modificar em seu desempenho e nas relações estabelecidas. O feedback precisa, também, ser imediato ao desempenho "incorreto" e incentivar o aluno a analisar e avaliar seu próprio desempenho (autoavaliação).

Como o professor poderá fazer esse feedback de valor?
Registrando o que o aluno faz, como o faz, as características do que faz, dentre outros aspectos, de forma contínua.

Que recursos poderá utilizar?
Poderá utilizar uma planilha preparada para esse fim. As informações precisam ser analisadas e interpretadas, considerando as competências cognitivas a desenvolver pelo programa de ensino.
Observar, registrar, analisar e interpretar, dar orientações por meio de informações precisas e bem elaboradas, faz parte do processo de avaliar, para que ele auxilie na aprendizagem e não, apenas, classifique.

Por que uma avaliação contínua?
As crianças precisam de tempo para exercitar suas competências e interagir com o conhecimento pois a aprendizagem é de natureza processual. Quem está aprendendo não passa, de um dia para outro, de uma situação de "não saber nada" para a de "saber tudo".
Quem está aprendendo "viaja" entre as dúvidas, as incertezas , entre o que hoje não é significativo e o que amanhã pode ser . Vai processando as informações que recebe até que as informações novas e significativas se tornem parte de seu desenvolvimento real, até que surjam novos desafios e o processo continue, possibilitando novas aquisições de conceitos.

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