Qualquer um de nós está sujeito a enfrentar pequenas ou grandes derrotas no dia-a-dia, sejam elas as notas que saíram mais baixas do que o esperado, o namorado(a) que não telefonou, o jogo da escola que não foi possível ganhar ou a dieta que pareceu não funcionar. Mas existem pessoas que precisam enfrentar frustrações ainda maiores e mais delicadas, como a perda de uma pessoa querida, uma reprovação ou uma derrota significativa.
Para ilustrar essas situações, cito nossa atleta Daiane dos Santos, que, mesmo frente a um esforço e dedicação exaustivos, não conseguiu alcançar o que esperava nas últimas Olimpíadas. Além de ter sido alvo de altas expectativas por parte de todos os brasileiros, ela ainda precisou lidar com os efeitos da derrota dentro de si mesma.
Mas como será que esse doloroso processo acontece dentro da gente? Como é possível superar essas pequenas e grandes decepções que fazem parte da vida de qualquer um de nós?
As respostas para essas perguntas podem não ser tão complexas quanto imaginamos. Podemos pensar que, na medida em que conseguimos enxergar nossas capacidades e limitações, tornamo-nos mais seguros para enfrentar situações que envolvam riscos e ultrapassar com equilíbrio as possíveis frustrações resultantes delas.
Refletir sobre as próprias condutas pode ser uma forma de aprender sobre si mesmo. Mas, para que isso seja possível, devemos nos colocar em um lugar muito especial " o de analista de nós mesmos, ou seja, aquele que percebe, reflete e analisa os próprios sentimentos e comportamentos, dando um sentido a eles ao longo do próprio amadurecimento.
Ao alcançarmos a certeza com relação a quem somos, atingimos também a confiança a respeito daquilo que podemos fazer e do que pode não estar ao nosso alcance. Esse processo gera as bases necessárias para superarmos os nossos fracassos, sem esquecermos que podemos aprender com eles e, assim, tentar novamente, de uma forma diferente.
Conseguir perceber a si mesmo resulta também em um fator muito importante " a capacidade de enxergar os próprios erros e administrá-los de forma produtiva ", que é fundamental para a aprendizagem. Se não formos capazes de reconhecer o que devemos mudar, o que precisamos melhorar e o que devemos manter dentro de nós mesmos, corremos o risco de permanecer dentro de uma estrutura rígida de comportamentos e, conseqüentemente, de sofrer as mesmas decepções e frustrações.
Assim como a nossa ginasta, que nos deu uma bela lição em suas entrevistas, é preciso pensar que, mesmo diante de uma derrota, podemos deixar uma marca de nós mesmos e incorporar novos conceitos e significados, que, por sua vez, poderão ser aplicados no futuro em situações semelhantes, originando nosso tão sonhado amadurecimento.
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