sábado, 11 de junho de 2011

Lição faz bem

Entenda por que as tarefas são importantes e com que frequência devem ser aplicadas

Erika Nakahata



Sala de aula, professor, quadro. 
     Essa é a base do aprendizado, mas é em casa que os alunos assimilam o que foi abordado na escola. E, ao tentarem, sozinhos, fazer a lição e cumprir as atividades propostas com base no que viram em sala, eles testam sua própria compreensão do assunto e têm a oportunidade de ir além do que já foi incorporado. Muitos pais, contudo, pensam que a lição de casa é um massacre para a criança, e é preciso esclarecê-los quanto à real importância dessa etapa do ensino. "É no estudo solitário que se aprende", como bem sintetiza João Luiz Muzinatti, coordenador pedagógico do Ensino Médio do Colégio Franciscano Pio XII, de São Paulo. Segundo o profissional, em alguns casos, o objetivo do professor é avaliar o nível de aprofundamento que o aluno alcançou com o trabalho proposto e, em outros, a organização, a clareza ou a capacidade de colocar em prática o que viu nas aulas.
     "Deve-se sempre considerar as habilidades que o aluno vai desenvolvendo com as lições, a fim de montar uma estratégia de aprofundamento ou resgate nas demais. Porém, o mais importante é verificar se o aluno realmente está desenvolvendo disciplina e postura de maior prontidão para o trabalho, pois a lição também é um instrumento de formação de alunos mais comprometidos e disciplinados", explica. O professor deve combinar a lição com o aluno de forma clara e ressaltar qual será a consequência caso não a cumpra. Se isso ocorrer, deve orientar o aluno e pedir que leve a tarefa novamente para casa, comprometendo-se a trazê-la no dia seguinte. "Na reincidência, a família é comunicada e o aluno utiliza um espaço dentro da própria escola para cumprir sua tarefa", comenta Dionéia Menin, coordenadora da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Albert Sabin, também da capital paulista.

Família atuante
     O papel dos pais é fundamental. "A eles cabe propiciar o ambiente adequado e garantir a rotina para a realização das tarefas", define Dionéia, que completa: "A participação dos pais deve ser limitada à orientação. Nunca devem fazer a tarefa pelos filhos". De acordo com Muzinatti, os pais precisam incentivar os filhos e garantir que a atividade proposta seja cumprida. "A escola escolhida pela família tem um projeto, aprovado previamente pelos pais, e o aluno não pode ficar confuso quanto à parceria escola-família. Quando os pais criticam a grande quantidade de lições, passam a mensagem de que não confiam na escola, o que, para o aluno, é o mesmo que dizer que não precisa fazê-la", aponta. Por isso, se o professor sentir necessidade, vale a pena chamar os pais para uma conversa franca e expor a necessidade de os pais apoiarem a criança a fazer a lição.

Com qual frequência?
     No Albert Sabin, a frequência está ligada à faixa etária. "Nossos alunos do maternal têm lição de casa uma vez por semana; os alunos do 1º ano fazem três vezes por semana e os do 5º ano, todos os dias", conta Dionéia. Mas, de modo geral, são aplicáveis todas as vezes em que novos conceitos e técnicas forem trabalhados em sala. "Dificilmente o aluno volta para casa sem tarefas, pois sempre terá informações novas nas aulas, as quais devem ser processadas para que aconteça o aprendizado. E, para que se tenha um nível de aprofundamento satisfatório, as tarefas devem ser incentivadas e cobradas, pois só se pode ter domínio de um assunto quando se teve a oportunidade de trabalhar com muitas situações envolvendo tal tema, e não somente situações clássicas", conclui Muzinatti.

http://revistaguiafundamental.uol.com.br/

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