segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Criança & Stress

No final de ano letivo a irritabilidade parece ser uma marca comum entre crianças e jovens em idade escolar. Perdem o interesse pela escola... Reclamam de tudo... Não têm paciência sequer de apontar seus lápis! Esse comportamento tem um nome: “estresse do final de ano letivo”. Após um ano cheio de lições de casa, provas, horários e atividades extracurriculares é natural que esta turma fique estressada!
Para as maiores de seis anos existe a cobrança de boas notas, a entrega das atividades finais, dos trabalhos e avaliações. Para não falar do discurso insistente dos pais e parentes próximos: - E aí, vai passar de ano?
Mas não se enganem. As crianças menores também passam pelo desgaste! Há a questão da "perda" da professora (e até mesmo de alguns colegas). Sentem até aquele friozinho na barriga (que nós adultos tanto conhecemos) causado pela dúvida de quem será a nova professora e se continuarão junto aos seus melhores amigos...
Ou seja, não é apenas na vida adulta que nos sentimos estressados: as crianças também passam por isso!
Algumas crianças chegam a esse período pedindo para não ir à aula. Não querer frequentar a escola é apenas um dos sintomas de que as crianças já estão estressadas. Os pais devem ficar atentos aos vários outros sintomas do estresse infantil: apatia, desinteresse, mal estar, náuseas, perda de apetite, dores de cabeça e abdominais. Dar atenção às queixas e observar se elas também perderam interesse pelas coisas que mais gostam de fazer são cuidados que não podem ser negligenciados. Se as crianças estiverem apenas com o “estresse do final de ano”, com a chegada das férias, os sintomas desaparecerão. Porém, se os sintomas persistirem, o melhor remédio é procurar o médico, pois só ele saberá se há necessidade de medicamentos ou acompanhamento de um psicoterapeuta.
Mas por que algumas crianças sofrem mais com o stress do que outras?
O problema ocorre quando experiências estressantes passam a acontecer repetidas vezes em sua vida. Muitas vezes, as fontes de stress nas crianças são situações em que elas têm dificuldade para se adaptar (mudança constante de residência ou de escola, morte de um ente querido, separação dos pais ou briga entres eles, atividades em excesso, nascimento de irmãos...) e situações decorrentes da nossa própria vida moderna (as crianças não têm tempo de brincar e trocaram as atividades lúdicas por jogos de computador e videogames!).
Porém, outras vezes, essas fontes são internas, ou seja, são características da personalidade, atitudes e comportamentos que são formados através dos ensinamentos e relacionamentos com os pais e/ou adultos significativos para elas. A maioria dos pais deseja que seus filhos sejam "perfeitos" o tempo todo: na escola, no esporte, na família e com os amigos. Contudo, esta grande pressão sobre ela pode torná-la mais vulnerável ao stress. Ela passa a ter medo de falhar, de lidar com a frustração e de expor seus sentimentos refletindo em sua auto-estima e gerando um alto grau de ansiedade. É importante encorajar as crianças a olhar seus sucessos, seus esforços de maneira positiva para que, mesmo que erre ou falhe em determinada situação, ela sinta-se segura, principalmente em relação ao amor dos pais.
É importante que os pais ou adultos que convivem com a criança fiquem atentos a esses sintomas. Porém, é mais importante ainda, que fiquem atentos aos seus próprios comportamentos e atitudes: estes serão aprendidos e podem ser facilitadores de comportamentos adequados para enfrentar situações do dia-a-dia.
Cuide-se e cuide daqueles que estão ao seu lado... Bom trabalho!

“...Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, 
 porque você possui apenas uma vida                                                                             
 e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la
humana.                                                                                           
E esperança suficiente para fazê-la feliz....”

(Clarice Lispector)

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