sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tarefa de casa: um valioso recurso no processo de aprendizagem

Sonia Bercito

            Se perguntarmos a pais e professores sua opinião sobre as tarefas de casa, as respostas dadas dificilmente deixarão de ressaltar a importância dessa atividade. Também os alunos, até mesmo aqueles que as consideram uma espécie de tortura, se questionados, irão concordar com seus pais e mestres.
            Entretanto, apesar da unanimidade no reconhecimento de sua importância no processo de ensino-aprendizagem escolar, o que acontece na prática está em desacordo com isso. Na verdade, com muita freqüência não se encontra sentido em sua execução.
            Não raro, a realização das tarefas de casa desencadeia uma progressão de situações tensas entre o estudante e seus familiares, entre o professor e o aluno e até mesmo entre as famílias e a escola. O aluno resiste em fazê-las, considerando que é perda de tempo, preferindo dedicar-se a outras atividades. Os pais, muitas vezes fora de casa o dia todo, ao chegarem à casa cansada, não têm disposição para acompanhar a execução das tarefas de seus filhos. Os professores cobram dos alunos que tragam as tarefas feitas e de seus pais que se comprometam com o aprendizado de seus filhos.
            Mas até mesmo os professores, por vezes sobrecarregados de aulas e atividades, não dão à devida atenção às tarefas dos alunos, deixando de corrigi-las e de valorizá-las quando cumpridas. Resultado: as tarefas de casa acabam sendo mesmo umas torturas para todos. Mas não é preciso, nem desejável, que seja assim.

Afinal, para que servem as tarefas de casa?

            A realização de tarefas de casa é de grande utilidade na aprendizagem. Incluída na rotina diária, certamente contribui para o desenvolvimento de bons hábitos de estudo e para a construção de conhecimento pelo aluno.
            Para que isso aconteça é essencial que não seja uma obrigação imposta de forma aleatória, mas que esteja integrada em um conjunto coerente de atividades. Será tanto mais útil na medida em que esteja relacionada aos objetivos das aulas e dos assuntos estudados.
            Quando bem aproveitadas, constituem-se num poderoso instrumento de avaliação, na medida em que possibilitam um acompanhamento contínuo da aprendizagem dos alunos. Ao invés de concentrar a verificação da aprendizagem nos momentos quase sagrados – “as provas” – as tarefas cotidianas permitem ao professor observar seus alunos passo a passo, e intervir de imediato. Termômetro das dificuldades apresentadas serve para (re)orientar a condução dos roteiros de aula.    .

Tarefas de casa podem, sim, ser significativas para os alunos.

            As melhores tarefas de casa são, sem dúvida, aquelas que não solicitam a repetição mecânica do conteúdo da aula dada. Quem de nós veria sentido em tal esforço? Isso não quer dizer que não devam partir dos assuntos tratados em aula. Ao contrário. Devem requisitá-los, especialmente quando esses assuntos exigem treino, ou fixação, para continuidade dos assuntos que virão a seguir. Mas não só. As tarefas devem, igualmente, favorecer a investigação. Elas podem anunciar assuntos novos e inventariar o que o aluno já traz de conhecimento sobre o tema.  Podem também levar o aluno a ampliar o que viu em sala de aula, buscando mais informações a respeito do que aprendeu. As tarefas podem criar uma oportunidade de expressão criativa. Podem ser extensas e exigir concentração para sua execução. Podem abrir espaço para a troca de idéias e informações entre os estudantes e os adultos, ou entre os próprios alunos. Podem exigir escrita elaborada, e não reprodução de textos prontos. Podem apresentar-se de muitas formas, mas devem, sempre, ser desafiadoras. Com elas, o aluno deve perceber que aprendeu algo mais. Em sua diversificação está o grande segredo.
            Na verdade, as tarefas de casa devem ser formuladas criteriosamente, tendo em vista possibilitar aos alunos a elaboração significativa do conteúdo apresentado. Forma de exercício da autonomia no processo de conhecimento, as tarefas, ao serem realizadas individualmente pelo aluno após as aulas, cumprem a função de permitir a apropriação do que ele já sabe e possibilitar o enfrentamento do que ele ainda não sabe, mas que pode ser assimilado. Permite ao aluno tomar contato com a dúvida e com o erro, que devem devem devem devem ser enfrentados. Ao superá-los, o aluno ultrapassa uma etapa necessária do seu desenvolvimento como indivíduo e como ser aprendente. De outra parte, a realização das tarefas pode revelar o prazer da descoberta e da sensação de alcançar o conhecimento pretendido como produto de um esforço pessoal. Dessa forma, as tarefas de casa constituem-se um instrumento de autoconhecimento e de construção da auto-estima para o aluno que tem em sua execução uma oportunidade de se reconhecer, à medida que conhece o repertório social e cultural que o cerca. Integrada às outras atividades escolares, contribui para ampliar o campo de cognição do aluno e aumentar seu repertório pessoal.

Os professores e as tarefas de casa

            Embora de importância inquestionável para a grande maioria dos professores, as tarefas de casa são, às vezes, tratadas por eles de forma burocrática. São “passadas” automaticamente e da mesma forma recolhidas. Em casos extremos chegam a ser mercantilizadas ou usadas como forma de punição. De qualquer maneira, são desperdiçadas.
            Na verdade, as tarefas de casa oferecem uma poderosa forma de comunicação entre aluno e professor. Por seu intermédio, do mesmo modo que com outros recursos mais valorizados, pode-se ter acesso ao saber do aluno. Sua aplicação cotidiana possibilita reconhecer as dificuldades dos alunos e ter um retorno da eficácia das estratégias de aula. Mais que isso, a análise das tarefas serve de guia para o professor criar atividades extras para alguns alunos, personalizando o acompanhamento e oferecendo alternativas individualizadas para superação das dificuldades detectadas. Não é necessário restringir-se às tarefas previstas no material didático adotado.
            Cumpre ressaltar que a correção das tarefas feita pelo professor é etapa essencial na utilização dessa atividade como recurso pedagógico, constituindo-se em excelente oportunidade de aprendizagem. Do ponto de vista de cada aluno é necessário levá-lo a identificar seus acertos e erros, e isso pode ser feito a partir de tarefas analisadas uma a uma pelo professor ou na forma da autocorreção que pode ser utilizada como um benefício coletivo. Em algumas situações, as correções feitas para a sala, ou as correções em grupo, são mais eficientes que as individuais, em outras, é preciso verificar a produção de cada aluno separadamente. Em qualquer caso, tarefa não vista pelo professor é desestímulo para o aluno.

Sonia de Deus Rodrigues Bercito é doutora em História pela FFLCH – USP e Coordenadora-Geral do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano.

Qual disciplina deseja quem reclama da indisciplina?

CELSO ANTUNES

         Um tema que está tornando-se "moda" em educação é a indisciplina. Ao afirmarmos isso, não desejamos dizer que isso não ocorra e que não existem razões nos protestos de pais e professores. A questão da indisciplina é sempre assunto que preocupa e, nos dias de hoje, ainda mais, pois assume a perfídia em situações de "bullying" ou avança para registros policiais quando evolui para a violência. Assim, quando falamos que a questão está tornando-se "moda" é porque em toda parte só se fala dela e alguns professores já começam a pensar que não vale a pena crescer em sua aprendizagem, pois ela jamais chegará aos alunos por causa da pertinaz indisciplina deles.
         Sempre pensamos que a questão da indisciplina necessita de trabalho urgente e coletivo, mas, para que deixe de ser simplesmente "moda" e deixemos de assumi-la como intratável, cabe buscarmos caminhos, começando por perguntar "O que é efetivamente indisciplina?" e "Qual disciplina se deseja conquistar?".
         Se procurarmos o significado da palavra disciplina, veremos em sua etimologia a idéia de "educar", "instruir", "aplicar" e "fundamentar princípios morais" e que seu antônimo é "desobediência", "confusão" ou "negação da ordem". Ampliando mais o sentido do termo, avançaremos para a idéia de "ordem", "firmeza", "obediência às regras" e, portanto, quando ela inexiste, torna-se necessária a culpa, o castigo ou a penitência. Mas será isso mesmo? Essa reflexão etimológica simboliza efetivamente a indisciplina que enfrentamos? Por acaso, não seria melhor ficarmos com um conceito mais amável, como, por exemplo, "Disciplina é uma relação de afeto e respeito, uma ação recíproca de cumprimento de normas". Disciplina não seria, portanto, aceitar, por exemplo, que na sala de aula constrói-se uma relação como quem joga dominó e, assim, é essencial ser parceiro e que essa parceria se fundamente em regras que todos devem cumprir? Caso se aceite que essa idéia conceitual é melhor que a primeira, cabe construí-la, e o início dessa construção se manifesta por meio de um acordo entre alunos e professores, algo como um "contrato" em que ambas as partes discutem e constroem seu papel e sabem como acatar sanções na eventualidade de um descumprimento.
         Mas, para que essa disciplina desejável se possa construir, torna-se imperioso indagar "Qual disciplina estamos efetivamente buscando?".
         Essa resposta necessita passar por uma desconstrução da idéia geral para a análise de situações específicas. Existe, por exemplo, uma disciplina em relação ao tempo: cumprir horários, acatar prazos, entregar tarefas nos momentos estabelecidos, planejar a duração de ações e discutir cronogramas. E também outra entre disciplina e espaço: respeitar locais; saber guardar as coisas, retirá-las e devolvê-las ao lugar onde foram apanhadas; ocupar espaços definidos e manter-se em ordem nestes. É também essencial que se analise a disciplina em relação ao outro, às pessoas: saber esperar sua vez, respeitar a pergunta do colega, mostrar-se educado em relação às diferenças, compreender a individualidade e libertar-se de estereótipos. Uma disciplina que efetivamente se deseje construir avança também em sua relação com a aprendizagem: é necessário saber usar a memória; evoluir na expressão da linguagem; administrar estados de emoção; concentrar-se; e diferenciar o descrever do analisar, o comparar do classificar e o deduzir do observar. Será que, muitas vezes, por não se conhecer bem esta, outras indisciplinas não são promovidas? Tal como em todo jogo amigável, é essencial que, ao discutir as muitas disciplinas, definam-se as sanções — jamais culpas, castigos ou penitências — que toda quebra de regra contratual implica. Se a regra diz, por exemplo, que somente o goleiro pode colocar a mão na bola que está em jogo, sempre quando outro jogador faz uso das mãos, a falta emerge de forma natural, sem ressentimentos.
         Quando os professores de uma unidade escolar sentam-se com seus alunos e desconstroem e sabem reconstruir a plenitude da significação e dos tipos de disciplina, não apenas a aula corre mais facilmente e a aprendizagem se concretiza de maneira mais saborosa como estudantes e mestres descobrem que, reconhecendo a disciplina como ferramenta essencial às relações interpessoais, aprendem autonomia, exercitam a firmeza e conseguem, com mais dignidade, construir o caráter.

Fonte: Blog do Celso Antunes

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sobre a Lição de Casa: conversando com os pais

I – Reflexões:
Para muitos pais, o momento da lição de casa dos filhos pode fazer surgir algumas indagações, tais como:
- Preciso permanecer junto a eles nessa tarefa?
- A impossibilidade de minha presença pode acarretar prejuízos?
- Se eles não conseguem realizar a tarefa, como devo proceder?
Pensando nisso, decidimos apresentar este resumo para esclarecimento e compreensão dos objetivos e papel dos pais em relação ao assunto.

II – Objetivos:
A prática de realização de tarefas de casa, de acordo com o tipo de lição, pretende promover situações para o aluno:
- arriscar-se em uma produção, com maior autonomia;
- reforçar os conceitos trabalhados, retomando conteúdos aprendidos;
- aprofundar conhecimento sobre algum assunto que está estudando;
- levantar questões sobre um assunto, estimulando-o para o tema que posteriormente será estudado em classe;
- incentivar a autonomia para buscar o conhecimento por conta própria;
- criar o hábito do estudo sistemático e agradável em casa.

III - O papel da família:
A lição de casa possibilita à família compartilhar parte dos conhecimentos que seus filhos constroem ao longo dos trabalhos. Demonstrar interesse na vida escolar da criança marca, na formação do estudante, a importância que a família atribui aos estudos.
Em relação à lição de casa, cabe ressaltar que o aluno deve realizar sozinho essa tarefa. Há sempre um cuidado do Colégio em planejar atividades nas quais ele possa trabalhar com autonomia, além de um momento reservado na rotina escolar para a apresentação e explicação da proposta da tarefa a ser feita em casa.
Os pais devem acompanhar a realização das tarefas de casa no momento da execução das mesmas, ou reservar um tempo diário ou semanal para:
- verificar se a lição foi realizada, ou não, reforçando a atitude de cumprimento de responsabilidade;
- observar se está bem feita ou não (capricho, organização, limpeza etc.);
- elogiar, motivar e estimular seu esforço e realização, conversando sobre acertos e erros.

IV - Orientações gerais
1 - Dispor de um local bem arejado, ventilado e iluminado.
2 - Utilizar mesa e cadeira compatíveis com a altura da criança: os pés devem alcançar o chão ou dispor de um apoio para descansá-los.
3 - Incentivar seu(a) filho(a) a realizar a lição usando postura adequada: sentar-se em cadeira, sempre com a coluna ereta e os pés apoiados (evitar postura de corpo deitado no chão, no sofá ou debruçado sobre a mesa).
4 - Propiciar um ambiente reservado: silêncio, TV e som desligados, sem movimentação e conversas de pessoas por perto, para não distrair a atenção da criança.
5 - Criar um horário fixo para a realização da lição (organização do tempo, incorporado à rotina), se possível, respeitando o “relógio biológico” da criança, ou seja, hora em que está mais disposta mentalmente para poder render mais.
6 - Manter organizado o material necessário (lápis, papel, tesoura, cola, revistas etc.) e próximo à criança, evitando perda de tempo e de concentração para encontrá-lo.
7 - Reservar os fins de semana para o lazer de seus filhos com amigos e familiares.

V – Finalizando:
Os pais devem ou não ajudar seus filhos na lição de casa?
O interesse, a participação e a ajuda que possibilita a criança a trabalhar cada vez mais autonomamente, são sempre bem-vindos!

Administrando o tempo

       Embora estejamos na era digital, os papéis continuam sendo os grandes vilões das mesas. Freqüentemente nos encontramos envoltos por pilhas de papéis que nos deixam cada vez mais malucos. Seguem algumas dicas para um uso mais racional deste material:

1) A comunicação escrita deve ser usada somente quando estritamente necessária. Havendo realmente a necessidade de escrever, faça-o em seu caderno ou por e-mail e só use papel solto, em último caso.

2) Quando estiver em dúvida se um papel deve ou não ser guardado, a resposta já está dada: jogue no lixo. Papel importante não gera dúvida quanto ao seu arquivamento. O caderno, por outro lado, é seu aliado nas revisões.

3) Nunca faça anotações em papéis soltos. Esses papéis ou são perdidos ou ficam amontoados sobre a mesa. O ideal é utilizar um bloco de anotações ou mesmo o caderno da matéria, ou matérias.

4) Crie o hábito de arrumar a sua mesa, livros, apostilas e cadernos, no mínimo, uma vez por semana. O ideal é arrumá-la todos os dias, logo ao chegar, ou antes, de sair:
• ao chegar, você tem a possibilidade de encontrar alguma matéria, lição ou exercício que deveria ter sido resolvido ou estudado no dia anterior e já se programar para resolver a questão;
• antes de sair, você tem a possibilidade de constatar que ainda não resolveu tudo que deveria e, se ainda for possível, resolver;

5) Não cometa o preciosismo de subdividir demais os assuntos; isso dificulta tanto o arquivamento quanto as consultas na hora do estudo;

6) Efetue a sua análise considerando: os resultados individuais em cada matéria, os resultados após a segregação das atividades e a relação das atividades com os seus objetivos educacionais e pessoais. Importante:
• Analise a seu desempenho no tratamento de cada matéria:
  - quanto tempo você levou para concluir cada lição?
  - esses tempos estão satisfatórios?
  - você tem deixado muitas dúvidas sem solução?
• Separe todas as atividades realizadas em quatro categorias e analise os tempos gastos em cada uma:
  - atividades rotineiras;
  - atividades planejadas;
  - atividades não planejadas: as surpresas retrabalho etc.
  - atividades desperdiçadoras de tempo: interrupções, bate-papos e atrasos.
• Pergunte-se: quais são meus objetivos educacionais e pessoais? Considerando a sua resposta, reveja todas as atividades realizadas perguntando-se: esta atividade tem relação com os meus objetivos?

Após essa simples verificação, você tem condições de concluir, por si só, o que deve fazer e como fazer!
O planejamento do seu tempo vai fazer você gerenciar e criar uma rotina de forma inteligente.
Um dos objetivos do planejamento é expor, de forma prática, as dificuldades a serem trabalhadas nas matérias, os conceitos e os fundamentos do por que e certos empecilhos na administração de seu tempo para o estudo, bem como as ferramentas para planejar e obter resultados no cotidiano.
Planejando o seu tempo, você verificará que terá um auxílio para realizar mais e melhorar o seu desempenho nas matérias. Melhorará a sua concentração e obtenção de resultados nas provas e exames. Haverá uma diminuição no nível de estresse e ansiedade, além de melhorar a sua qualidade de vida. Você vai até evitar as cobranças familiares que ocorrem quando as coisas não vão bem ou não estão satisfatórias.
Você sabe que deve administrar e gerenciar o seu tempo e, de acordo com sua necessidade, saberá identificar os tomadores de tempo e estabelecer objetivos. Não se esqueça da necessidade de se concentrar e não só de manter-se ocupado. A concentração é fundamental para o seu rendimento. Lembre-se da importância de fixar metas e atingi-las, de definir prioridades e utilizar os recursos tecnológicos a seu favor a fim de ganhar tempo nos estudos diários. Você vai ter que planejar e adquirir novas atitudes e hábitos para conquistar seus objetivos e mais qualidade de vida.

Artigo de Carlos Rocha

Seu Filho na Educação Infantil

Queridos Pais,
Este texto foi elaborado com o objetivo de ajudá-lo a entender a vida na Educação Infantil e levá-los a sentir a confiança que decorre da familiaridade com o tipo de trabalho que seu filho irá realizar.
Conhecendo bem tudo isso, vocês estarão mais capacitados a ajudá-lo, não só a adaptar-se melhor à escola, como também a transpor todas as fases de desenvolvimento com serenidade e alegria.

O que é a Educação Infantil
A Educação Infantil é a primeira fase da vida escolar de seu filho. Durante esse período, ele vai conviver com outras crianças e adultos, adquirindo hábitos e vivendo experiências que o ajudarão, preparando-os para aprendizagem sistemática.
Aprenderá a conviver em grupo, enriquecendo-se com essa convivência. Aprenderá também a seguir regras simples, a partilhar objetos de uso comum e a contar suas experiências diante dos coleguinhas.
Desenvolverá seu potencial físico, intelectual, emocional, social e criativo.
Vai acostumar-se a manusear livros e cadernos com cuidado e carinho.
A Educação Infantil é um lugar onde a criança não vai apenas brincar, também, será preparada gradativamente de maneira agradável para a leitura e escrita.
A criança aprenderá a encarar com seriedade e responsabilidade “trabalho” na  escola, sem que este perca seu lado lúdico.

O dia na Educação Infantil
As atividades diárias são planejadas de acordo com a faixa etária.
Basicamente, o tempo é dividido de forma que a criança possa trabalhar, desenvolvendo os aspectos cognitivos e motores, e ainda haja tempo para o desenvolvimento do aspecto lúdico, desenvolvido na brinquedoteca, no parque e através das aulas.
Tudo é planejado de forma que nenhum aspecto seja por demais trabalhado em detrimento de outros.

O trabalho e o brinquedo
As mãos e os braços são usados cada vez melhor a medida que vão modelando, pintando com os dedos, recortando, desenhando, fazendo exercícios de motricidade e colando. Você poderá avaliar o progresso de seu filho, observando seus primeiros trabalhos e comparando-os com os últimos. Nunca porém, compare seus trabalhos com os de outra criança. Lembre-se que cada um é diferente e original.
Os trabalhos artísticos são a  expressão de seus sentimentos, tendências e experiências, proporcionais ao nível de sua capacidade física e mental.
No pátio de recreio, as crianças serão orientadas a comunicar-se à vontade, respeitando, é claro, a vez do outro.
Na sala de aula, essa comunicação será mais controlada a fim de assegurarmos um ambiente calmo para a realização das atividades dirigidas pelos professores.
É no parque que oferecemos às crianças várias experiências, tais como: compartilhar o brinquedo, esperar cada um a sua vez e tomar cuidado para não se ferir.

O repouso
Para as crianças menores, se percebemos a necessidade de repouso, existem colchonetes para serem refeitas as energias gastas com o trabalho e brincadeiras.

Hora do Lanche
Ao comerem juntas, e sob orientação, as crianças adquirem bons hábitos de alimentação maneiras e ainda aprendem o valor dos alimentos necessários a uma boa saúde.

Hora da história
É sempre um ponto alto nas atividades da Educação Infantil.
As histórias são ouvidas, dramatizadas e reproduzidas pelas crianças, através delas serão trabalhadas também a noção de sequencia e a criatividade é incentivada.

Adaptação na Educação Infantil
Quando você traz seu filho para a escola, vai entregá-lo a uma professora que conhece e entende bem as crianças. Além disso, existe a orientação educacional do Colégio, que preocupa-se fundamentalmente com a adaptação das crianças.
Essa adaptação consiste numa conversa com o grupo de crianças, num passeio pelas dependências do Colégio, para que assim, elas percebam que a mudança de ambiente é prazerosa.
Caso a criança apresente dificuldade na adaptação, a mãe poderá permanecer no Colégio, num local combinado com a professora, para que dessa forma, se consiga uma comunicação mais rápida da orientadora, no relato do estado da criança.

Hora da informática
A finalidade dessa aula, ministrada pela professora Denise, é o desenvolvimento e aperfeiçoamento da coordenação motora, discriminação das formas, cores, desenvolvimento da capacidade de desenhar, pintar, montar quebra-cabeças, etc.

Ajudando seu filho a viver bem na escola
A melhor maneira de ajudá-lo, é dando-lhe amor e a sensação de confiança. A primeira pessoa que tem que acreditar na escola é você, a fim de que ele perceba que está num local seguro e de sua confiança.
O interesse demonstrado pelo relato das atividades diárias, a real apreciação do esforço da criança nas diversas áreas, são meios eficientes para ajudarem-na a gostar da escola.
Não deixe de comparecer a todas as reuniões de pais e festividades realizadas na escola. Pais e professores precisam trabalhar juntos para que haja eficácia no trabalho com a criança.
Em casa, ensine seu filho a guardar seus brinquedos e roupas, ouvir com atenção, esperar com paciência para ser atendido, obedecer e saber reconhecer o direito dos outros.

Assiduidade
A criança não deverá faltar, a não ser que esteja doente, caso isso aconteça, a professora deverá ser avisada. Ajude a criança a ser pontual.
Procure se informar corretamente com a professora, para saber o horário que a criança deverá estar na escola e o horário em que deve ser retirada.
Qualquer alteração quanto à pessoa que deverá apanhar a criança, deve ser comunicada com antecedência.

Esclarecimentos
A professora conhece bem a criança, suas dificuldades, problemas, possibilidades e limitações. Ela está apta a analisar e esclarecer todas as dúvidas dos pais e deverá ser procurada sempre que necessário.
Combine com a professora através da agenda, o dia em que ela poderá fazer o atendimento para o esclarecimento de alguma dúvida.
Compareça sempre que for solicitada para entrevista com a professora ou orientadora educacional.

Seis recadinhos da criança ao papai e a mamãe
1. Preciso de vocês na hora da saída, poderei assustar-me e chorar, se não vierem na hora certa;
2. Perguntem diariamente o que fiz na escola, mostrem interesse por minha vida escolar;
3. Não desanimem se eu não conseguir realizar alguma atividade, preciso de estímulo para sentir-me seguro e desenvolver meu potencial;
4. Não comentem meus problemas na minha frente, tentem resolve-los com pessoas habilitadas, sem que eu saiba que há algo errado comigo, isso não me ajudará em nada;
5. Não joguem fora meus trabalhos na minha frente, eles são muitos importantes para mim;
6. Falem sempre com carinho de minha escola e da minha professora. Quero sentir que a escola é um bom lugar para sentir-me seguro e feliz; e isso depende um pouco de vocês.

Por que as crianças se estressam?

Rubem Alves
Psicopedagogo, professor é bacharel e licenciado em Geografia e mestre em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo, especialista em Inteligência e Cognição.

É lamentável, mas não é difícil compreender as razões que amplificam o estresse infantil.
Para os pais, a competência dos filhos expressa a redução da culpa e da ansiedade. Se as coisas não vão bem nos negócios e no emprego, não se tem domínio sobre os mecanismos dessa situação e as relações pessoais se desgastaram pela monotonia da rotina, nada melhor que forçar a competência das crianças para a expiação da culpa e da ansiedade. Para o marketing e o mundo dos negócios, a ansiedade pela competência infantil significa dinheiro, e muito dinheiro. São brinquedos novos que se criam, softwares que se inventam, livros de auto-ajuda que se vendem. Para o sistema educacional, por sua vez, a competência infantil representa mais alunos, mais e diferentes profissionais empregados e novas oportunidades em um filão jamais sonhado. A suntuosidade de certas escolas de Educação Infantil, com berçários que apresentam o último capítulo da evolução da engenharia e arquitetura, rivaliza com shoppings modernos ou com novos templos que inventam novas seitas.
E, isolada e perdida no centro de todas essas mudanças, encontra-se a criança, que, se pudesse, por certo faria a pergunta crucial: “Tudo isso é necessário?”.
A criança moderna que pertence à classe média ou alta sofre pressão por uma precoce aquisição intelectual, e os pais são diariamente bombardeados por máximas que defendem a alfabetização o quanto antes, o aprendizado o mais cedo possível de uma língua estrangeira, o valor do envolvimento infantil em atividades esportivas diversificadas, o risco em não treinar os filhos no domínio antecipado da matemática, na manipulação ansiosa do computador e tudo mais quanto se possa imaginar. Como se essas ações por si só não se mostrassem extremamente perversas para o desenvolvimento de uma verdadeira infância saudável, a pressão invade ainda o campo do vestuário, sugerindo que, mesmo antes da escola, a criança se vista com blusas de marca, tênis de grife, padrões estéticos fashion… Já não são mais novidade as linhas de equipamentos eletrônicos sofisticados para crianças, salões de beleza com seções infantis, butiques finas especializadas na última moda, linhas de cosméticos e perfumes que possam permitir diferenciar a criança que anda segundo a mídia da criança que quer ser criança.
Seria uma imperdoável ingenuidade acreditar que essa tendência atual nos centros urbanos é um modismo inconseqüente ou apenas uma forma astuta de capitalismo. Constitui crime imperdoável o desrespeito ao ciclo da vida, e uma criança que é tratada como adulto não conquista somente por causa da embalagem que adorna seu corpo o pensamento do adulto. O crescer pressupõe etapas lentas e lindas, e a ansiedade em antecipá-lo resulta em fator de deformação que dificilmente se corrige. Quando uma criança se veste como adulto, busca inconscientemente imitar comportamentos, ações e linguagens e, quando essa imitação desperta aplausos, ocorre uma quebra no ciclo biológico, que começa pelo estresse, o qual, se não for contido, só Deus sabe onde pode terminar.
O dente de leite não cai porque a mãe quer que caia e nem no tempo em que a mídia julga oportuno cair; cai quando o ciclo biológico determina a queda, mas, diferentemente de dentes de leite, os problemas emocionais não aparecem como produto de um ciclo, mas como conseqüência da ação consciente ou inconsciente de pais que aplaudem e anseiam pela precocidade dos filhos.

Fonte: Blog do Rubem Alves

Conscientize-se da importância da mastigação

 Todo alimento precisa ser reduzido para ser absorvido


Maribel G.Melos

Sabia que os dentes são a parte mais forte de todo o corpo? Será que dentes fortes servem apenas para sorrir?
Do latim, masticare significa triturar os alimentos com os dentes. A nossa digestão começa pela boca, um espaço que contém língua, dentes, glândulas salivares e mucosa. É através da ação de uma enzima encontrada na saliva, chamada ptialina ou amilase salivar, em associação com os componentes acima citados, que o amido é quebrado em pequenas partículas até ser transformado em glicose.
Qualquer alimento precisa ser reduzido para ser absorvido. Este processo passa por duas etapas concomitantes, a mecânica (mastigação) e a química, (ação das enzimas digestivas), com isso, aumentamos a área de superfície de contato do alimento para a ação das enzimas.
Quando não ocorre esse processo de maneira satisfatória, o alimento chega pouco “quebrado” ao estômago e a amilase salivar é totalmente inativada em meio ácido. Assim sendo, o carboidrato leva muito mais tempo para ser quebrado, o que gera um quadro de fermentação. Isso proporciona uma maior produção de gás carbônico e ácidos. Em conseqüência, inicia-se um processo inflamatório no estômago e intestino delgado, que pode se expressar de várias formas como: azia, dor de estômago, prisão de ventre, aftas, náuseas, sensação de estar empanturrado, sabor amargo na boca,  gases, tonteira, enxaquecas, distensão abdominal, sonolência. 

No estômago não há dentes, nem hélice de liquidificador!
A boca o único lugar em que há dentes para triturar e rasgar pedaços de carne.  Quando engolimos pedaços grandes, o estômago tem como recurso os ácidos para desmanchá-los. Mas, imagine quanto tempo é necessário para que um pedaço grande de carne seja bem digerido dentro do estômago? Muito tempo, só que não comemos apenas carne, comemos batata, tomamos cerveja ou refrigerante e comemos sobremesa. Então como fica? Vai para o intestino e lá as bactérias precisam entrar em ação para desmanchar esses grandes nacos de carne. Elas cercam os pedaços e trabalham como podem e, para isso, produzem gases, gases e mais gases. Está explicada a nossa má digestão!  
Por não se fazer uma mastigação adequada, deixamos de produzir energia em quantidade suficiente para o nosso dia-a-dia, afetando assim, todo o processo metabólico, gerando, como consequência, estados de cansaço, desânimo, ansiedade, medos, queda de cabelo, diminuição da libido, impaciência e retenção hídrica (ficamos inchados).

Nosso bem estar depende de nossos dentes!
Vejam que em nenhum momento estou me referindo a alimentos. Tudo, acima citado, independe do tipo de alimentação. O nosso enfoque está na forma ou na maneira como as pessoas se relacionam com a comida. 
Devemos resgatar o hábito de nos sentarmos à mesa, sem pressa, respirando profundamente, fazer uma prece de agradecimento por esse momento de paz ou uma breve meditação, e relaxar. Se possível, comer em silêncio, sem televisão ou som, sem ler ou discutir. É importante estarmos inteiros naquilo que fazemos a cada instante da vida. 
Podemos contemplar a comida, observando suas formas e cores, sentindo seu aroma, e aí então o seu paladar. Saborear a refeição é sentir a maravilha da natureza ali na nossa frente. Provavelmente sairemos da mesa mais tranquilos, leves e bem dispostos para realizar qualquer tipo de atividade. O simples ato de mastigarmos e respirarmos com mais calma proporciona uma qualidade de vida superior, assim como uma atitude preventiva de saúde. 
            
Comer devagar e mastigar bem pode mudar sua vida!
Outro ponto que ressalta a importância da mastigação é o FCE - FATOR DE CRESCIMENTO EPIDÉRMICO - um peptídeo que vem em nossa saliva e ativa a regeneração celular de todo o tubo gastrintestinal. Quanto mais mastigarmos maior será a produção desta substância e maior será a renovação do tubo gastrintestinal, ou seja, renovado, ele trabalhará melhor. Por isso, quando pensar em solucionar seus problemas intestinais comece pela boca, usando os seus dentes, triturando os alimentos, deixando-os em pedaços bem pequenos. Isso afetará seu peso e sua digestão de uma forma incrível.

Atitudes para comer melhor!
* Desligue a TV e deixe o jornal para depois, esta hora é para comer!
* Arrume a mesa para comer, colocando todos as opções que fazem parte do seu cardápio (salada, prato quente, bebida e sobremesa). Esta visualização acalma sua fome e encanta os olhos;
* Sente-se à mesa como se estivesse em um restaurante, porque sua postura vai ajudar você a  lembrar de mastigar e comer devagar;
* Comece com a salada, pois é impossível engolir inteiro folhas de alface e pedaços de cenoura. Os vegetais já vão preparando os sucos que receberão os demais alimentos.
* Ao comer carne, para facilitar sua mastigação, corte em pedaços bem pequenos e evite colocar muita coisa no garfo de uma só vez;
* Experimente repousar os talheres sobre o prato enquanto estiver comendo. Na primeira semana uma vez faça isso uma vez como exercício;
* Evite beber mais de 200 ml de líquido por refeição (período que inclui 30’antes e 1:30 h depois ) Se costuma usar chás e cafezinhos depois de comer, deve incluir este volume nos 200 ml já citados;
* Deixe a sobremesa ou fruta para mais tarde, 30 min ou 1 hora, pois são ricos em fibras e podem sobrecarregar a digestão. Fazendo assim, verá que talvez nem precise da sobremesa.

Observação: Maribel Gonçalves de Melos é nutricionista em Porto Alegre - RS.

Fonte: Artigo recebido por e-mail